Dilma acusa países ricos de 'protecionismo disfarçado'
Há cerca de uma semana, o representante de Comércio do governo americano, Ron Kirk, enviou uma carta ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, declarando as medidas brasileiras protecionistas, pedindo a suspensão dos processos de aumento de impostos e fazendo ameaças veladas de retaliação. A resposta brasileira foi dura. Também em carta, Patriota afirmou que o Brasil não iria abdicar de usar instrumentos legítimos de defesa comercial e criticou a expansão monetária adotada pelos Estados Unidos. Recentemente, o Federal Reserve, Banco Central americano, anunciou a compra de US$ 40 bilhões em títulos para injetar dinheiro na sua economia, o que leva a uma desvalorização do dólar.
"A forte expansão da base monetária, a política monetária expansionista que se chama de flexibilização quantitativa, ao desvalorizar a moeda de alguns países, fazem com que esses países sejam artificialmente mais competitivos. O efeito acumulativo dessas políticas expansionistas, combinadas com uma austeridade exagerada, exporta a crise para o resto do mundo e não resolve os graves problemas dos países desenvolvidos, como o desemprego galopante e a falta de esperança", criticou a presidente Dilma em seu discurso.
A presidente ainda pediu o fortalecimento da cooperação entre as duas regiões como uma forma de combater a turbulência gerada pela crise internacional. "A persistente crise econômica iniciada nos países mais desenvolvidos tem efeitos que se dispersam por todos os países, sem nenhuma exceção, e está trazendo novos desafios. As nações árabes e as nações sul-americanas precisam assegurar que as turbulências da economia internacional não criem obstáculos adicionais ao nosso desenvolvimento".