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Banco Central decreta intervenção no Banco BVA

11:40 | 19/10/2012

Pouco mais de um mês após decretar a liquidação extrajudicial do Cruzeiro do Sul, mais um banco médio entra na mira do Banco Central (BC). Desta vez, foi anunciada intervenção do BC no Banco BVA “em decorrência do comprometimento da sua situação econômico-financeira e do descumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição”.

Segundo o BC, o BVA detém 0,17% dos ativos do sistema financeiro e 0,24% dos depósitos, com sete agências localizadas nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O BC nomeou como interventor na instituição, com amplos poderes, Eduardo Félix Bianchini. Servidor do BC desde 1973, ele ocupa o cargo de gerente técnico regional, baseado em São Paulo.

O último balanço auditado apresentado pelo BVA e disponível no site do Banco Central é do quarto trimestre do ano passado, quando a instituição informou lucro líquido de R$ 13,998 milhões.

O banco, controlado pelo ex-executivo do Safra e do J. Safra Ivo Lodo e especializado em crédito para companhias de médio porte, vinha enfrentando dificuldades há algum tempo. Uma série de modelos para alterar sua estrutura acionária foram recusados pelo Banco Central.

Após aumentos de capital, o patrimônio líquido da instituição subiu para R$ 730 milhões. Quando Lodo ingressou no banco, em 2006, o PL era de R$ 56 milhões.

O BVA enfrentou ainda uma vistoria mais rigorosa do BC – a exemplo de outros bancos de pequeno e médio portes, depois das fraudes detectadas no ano passado em instituições como Morada, Schahin e PanAmericano. A autoridade monetária obrigou o banco a aumentar em quase 30% as provisões para créditos duvidosos.

Na semana passada, diante do forte aumento na inadimplência nas carteiras, a agência de risco Austin Rating decidiu rebaixar a classificação de três fundos de recebíveis do BVA. Os chamados fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) são usados pelos bancos de médio porte como forma alternativa de captação de recursos. Com a venda de carteiras para os fundos, as instituições conseguem antecipar receitas para conceder novos créditos.

No fim de setembro, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de força financeira do BVA para "E" (de "E%2b"), assim como a nota de seus depósitos em moeda estrangeira e local, de "B2" para "Caa1". Segundo a agência, o rebaixamento decorria de incertezas em relação ao desempenho financeiro do banco e da demora para publicar o resultado semestral.

Procurada, a assessoria de imprensa do BVA informou que o banco ainda não tem um posicionamento sobre a intervenção. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não comentará o tema. As informações são do Valor Online.

Redação O POVO Online

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