Recuperação do emprego só aparecerá em 2013, diz Fiesp
De acordo com Francini, o emprego é um dos indicadores que mais levam tempo para comprovar uma retomada da indústria, como indica dados recentes. Ele disse que a indústria, por conta do nível de ociosidade atual, tem capacidade para aumentar a produção sem a necessidade de contratações.
O diretor da Fiesp elogiou os sucessivos cortes nas taxas de juros, a anunciada redução na tarifa de energia elétrica, as desonerações nos encargos trabalhistas e o nível atual do câmbio. Afirmou, no entanto, que essas medidas ainda não foram suficientes para alavancar um crescimento da indústria de transformação, que sofre com perda de competitividade frente a produtos importados. "Está tudo na direção correta, mas não foi suficiente", afirmou.
A Fiesp ainda conta com uma melhora na economia no segundo semestre. A projeção é de crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre e de mais 1% no quarto, ante o período anterior. Com isso, afirma Francini, o PIB brasileiro deve encerrar 2012 com avanço de 1,4%. Para a indústria de transformação, o quadro projetado pela Fiesp é ruim, de queda de -2,5% no PIB deste ano.
Setores - As empresas têxteis lideraram as perdas de postos de trabalho na indústria de transformação no Estado de São Paulo em agosto, segundo a pesquisa da Fiesp. O nível de emprego no segmento caiu 3,3% em agosto na comparação com julho e 7,5% em relação a agosto de 2011. Isso significou 3.537 demissões no mês. No acumulado do ano, a perda chega a 4,9%.
Do lado oposto, aparece a indústria de máquinas e equipamentos, que contratou 1.684 funcionários em agosto. A alta em comparação com julho foi de 0,9% e em relação a agosto do ano passado, de 0,7%. O desempenho positivo, segundo Francini, foi justificado por uma única empresa de energia eólica. No ano, o segmento acumula alta de apenas 0,3%.