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Metalúrgicos de São José aprovam proposta da GM

19:41 | 11/09/2012
A proposta apresentada pela GM na noite de segunda-feira de aumento salarial de 8,24% para os metalúrgicos de São José dos Campos (SP) foi aprovada por todos os turnos de trabalhadores da montadora nesta terça-feira. A oferta da GM repõe a inflação de 5,39% do período, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e dá 2,7% de aumento real.

O reajuste de 8,24% se aplica a salários de até R$ 8 mil. Acima desse valor, os trabalhadores receberão quantia fixa de R$ 659,20. O piso salarial será reajustado de R$ 1.576,68 para R$ 1.712, aumento de 8,58%, e os trabalhadores vão receber R$ 3.250 de abono salarial.

Na última quarta-feira (05), a GM havia proposto reajuste de 2% de aumento real e R$ 2.500 de abono salarial - rejeitados na quinta-feira (06), em assembleia. Os metalúrgicos pediam 7,48% de aumento real, além da reposição da inflação e ameaçavam paralisações nas fábricas caso a negociação não avançasse.

De acordo com o sindicato, a GM possui 7.500 funcionários em São José dos Campos, dos quais 925 estão em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho). Nesta quinta-feira (13), os sindicalistas se reúnem novamente com representantes da montadora para discutir a campanha de defesa de empregos na GM.

Após a aprovação da proposta, o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, criticou o acordo válido por dois anos fechado pela Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) com montadoras no ano passado. "O acordo fechado com a GM supera o acordo assinado pela FEM no ano passado, que vinha sendo um empecilho nas nossas negociações, pois se transformou numa referência rebaixada. Isso demonstra que nos outros setores é possível se mobilizar para arrancar mais", disse, em nota distribuída à imprensa. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos é filiado à CSP-Conlutas. "Cada ano tem uma realidade, por isso não fizemos acordo de dois anos", reforça o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.

No total, 44 mil metalúrgicos trabalham na região de São José dos Campos. Dentro deste grupo, os 7.500 da GM aceitaram entrar em acordo com a montadora, mas os demais seguem em campanha salarial. Esta semana, a categoria realiza protestos, assembleias e paralisações nas fábricas, como forma de pressão. Os metalúrgicos de São José dos Campos pedem 7,48% de aumento real, mas a maioria das propostas foi de 5% de reajuste, o que exclui aumento real e não cobre a inflação do período.

Os trabalhadores da TI Automotive, em São José dos Campos, e da Schrader, em Jacareí, por exemplo, rejeitaram hoje propostas de reajuste salarial do Sindipeças que cobria a inflação do período. A primeira, com 800 funcionários, aprovou greve de 24 horas a partir desta terça e a segunda, com 230 trabalhadores, realizou paralisação de duas horas.

São Caetano

Em São Caetano do Sul, os trabalhadores da GM receberam a mesma proposta da montadora, mas todos os turnos de trabalhadores rejeitaram a proposta. A reivindicação da categoria é que o reajuste seja feito a partir de 1º de setembro, data base da categoria. A montadora propõe reajuste a partir de 1º de outubro.

Nesta quarta, a diretoria da GM se reúne para discutir a situação dos metalúrgicos de São Caetano do Sul e chama o sindicato para negociar em seguida, de acordo com o presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Francisco Nunes Rodrigues. Segundo a entidade, a GM tem 12.500 funcionários metalúrgicos em São Caetano do Sul.

Estado

Os metalúrgicos ligados à FEM-CUT realizam essa semana mobilizações em todo o Estado para pressionar o setor patronal a se aproximar de suas reivindicações. Ontem, cerca de 56 mil metalúrgicos na região do ABC paulista fizeram uma paralisação de 24h nas fábricas. A adesão ao movimento foi de 80%, dentre os 70 mil trabalhadores filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que participam de campanha salarial este ano.

Os trabalhadores do ABC voltaram ao trabalho hoje, mas metalúrgicos de outras cidades, como São Carlos, Sorocaba e Pindamonhangaba, realizaram atrasos nos turnos e protestos nas fábricas. A expectativa dos metalúrgicos do Estado é que até quinta-feira (13) as empresas procurem os sindicatos para realizar nova proposta que possa ser apresentada aos trabalhadores no final de semana.

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