Classes C, D e E usam mesmos serviços pessoais da A
"O porcentual de uso dos serviços pessoais é muito parecido entre os diferentes estratos de renda", afirma Christine Pereira, diretora comercial da empresa de pesquisa. Em três anos, entre 2009 e 2012, cresceu três pontos porcentuais, de 86% para 89%, o total de domicílios brasileiros que declararam usar esse tipo de serviço. E, praticamente, houve aumento no uso de serviços pessoais entre todas as classes de renda.
Movimento semelhante, porém restrito às classes de maior poder aquisitivo, ocorreu entre 2009 e 2012 com serviços de empregada doméstica. Em 2009, por exemplo, 35% das famílias das classes A/B1, com renda média mensal de R$ 5.666,20, tinham empregada doméstica. Esse índice para as famílias da classe B2, com renda média mensal de R$ 3.668,10, era de 9%. Hoje, esses indicadores subiram para 47% e 14%, respectivamente.
A pesquisa, baseada em coletas semanais em 8,2 mil domicílios de todo País, revela que as classes de menor renda não contratam serviços domésticos e, na maioria das vezes, são elas as prestadoras desses serviços.
A maior demanda por serviços domésticos e pessoais, puxados inclusive pelos estratos mais pobres da população, cria uma certa resistência à queda da inflação dos serviços. No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação apurada pelo IBGE, os preços dos serviços são tidos como vilões da inflação. No ano até agosto, a inflação dos serviços foi de 5,72%, enquanto o IPCA acumula alta de 3,18%. Em 12 meses até agosto, os serviços ficaram 8,78% mais caros. Já no mesmo período, a inflação oficial aumentou 5,24%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.