Cerca de 15% da renda das famílias brasileiras é destinada a transportes. Entre as classes sociais, o gasto com transportes individuais aumenta e público reduz à medida que a renda fica mais alta. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira, 20, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Os números englobam nove estados e regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Salvador e Belém.

O percentual é expressivo, segundo o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Carlos Henrique de Carvalho. Ele explicou que o ideal era que o percentual da renda não passasse de 6%.

Segundo Carvalho, é necessário baratear e melhorar a qualidade o transporte coletivo. "As pessoas que moram na periferia têm as piores condições de mobilidade", completou.

O analista disse ainda que é necessário ter políticas de estado para os novos veículos, já que a tendência é de aumentar os gastos com transportes privados.

"A renda da população tem crescido e grande parte desse crescimento de renda foi canalizado para o transporte privado. É a cultura do país de que todas as pessoas querem ter seu carro", destacou.

Os investimentos em carros privados também é maior. "O gasto é cinco vezes maior com transporte privado que público. Nas regiões metropolitanas, chega a ser três vezes e nas cidades do interior, chega a ser nove vezes mais".