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Ipad brasileiro chega sem alarde e com mesmo preço

Produtos montados pela Foxconn no interior de SP têm mesmo preço dos importados

14:57 | 29/08/2012
Em abril do ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff viajou para a China, um dos assuntos que ganhou mais atenção foi seu encontro com o empresário Terry Gou, da Hon Hai, e a notícia de que a Foxconn, controlada pelo grupo taiwanês, instalaria no Brasil uma fábrica para produzir o iPhone e o iPad, dois dos produtos mais cobiçados da Apple. Nos meses seguintes, muito se especulou sobre o assunto, inclusive onde essa fábrica seria construída.

Hoje, quem compra um desses produtos no país pode encontrar no verso do equipamento a inscrição "indústria brasileira" logo abaixo do logotipo da maçã. Nem todos os equipamentos à venda no Brasil são produzidos no país, mas uma parte deles foi montada na fábrica que a Foxconn abriu na cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo. A unidade, tão aguardada, começou a funcionar a todo vapor há cinco meses, de maneira discreta, sem a fanfarra que se esperava a princípio.

Quando anunciou os incentivos para a produção de tablets no Brasil, o governo estimava que a redução de impostos proporcionada pelo Processo Produtivo Básico (PPB) poderia baratear em até 30% o preço dos equipamentos.

A frustração, para o consumidor, é que isso não aconteceu. Até agora, os produtos feitos no Brasil seguem a mesma tabela dos modelos importados: entre R$ 1,5 mil e R$ 2,3 mil para o novo iPad, a versão mais recente do tablet, e de R$ 1,3 mil a R$ 1,6 mil para o iPad 2, a versão anterior. Com o iPhone ocorre coisa parecida.

Isso é bem mais do que o consumidor americano paga por um produto semelhante. Para comparar, o modelo mais simples do novo iPad custa US$ 500 nos Estados Unidos, o equivalente a cerca de R$ 1 mil. O mesmo produto no Brasil, no entanto, custa pouco mais de R$ 1,5 mil.

Outros fabricantes, como Samsung e Motorola, conseguiram reduzir os preços ao aliar a economia obtida com PPB a uma política de venda mais agressiva, eventualmente marcada pela redução de margens de lucro, dizem analistas do setor. A estratégia nesses casos é ganhar no volume o que se perde por unidade. A Apple não tem essa abordagem. "Se você tem gente interessada em comprar o seu produto pelo dobro do que ele vale, você pode cobrar esse preço", disse um executivo do setor, que prefere não se identificar.

A fábrica de produtos da Apple é apenas parte da recente história da Foxconn no Brasil. A companhia, especializada na produção de bens para terceiros, tem mais de oito mil funcionários no país, divididos em sete fábricas: duas em Manaus (AM), uma em Minas Gerais e quatro em São Paulo.

A previsão inicial era que a unidade começaria a produzir oficialmente no segundo semestre de 2011. A fábrica em Jundiaí tem dois grandes blocos. O prédio onde é feita a montagem do iPhone entrou em operação em agosto do ano passado, mas a Foxconn levou algum tempo para montar a estrutura da linha de produção e concluir os testes de maquinário. Em janeiro, a companhia obteve os incentivos fiscais do PPB para produzir tablets. A montagem dos iPads começou em março. As informações são do site Valor Econômico.
Redação O POVO Online

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