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Mais ricos e mais pobres têm inflação parecida em maio

14:42 | 05/06/2012
Levantamento sobre a inflação de maio divulgado nesta terça-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) captou cenários parecidos entre as famílias de maior e menor poder aquisitivo da cidade de São Paulo. De acordo com a pesquisa que a instituição realizou por meio do Índice do Custo de Vida (ICV), enquanto a variação média do indicador foi de 0,43% no mês passado ante 0,68% em abril, o índice específico para os mais pobres registrou taxa de inflação de 0,46% em maio e o que engloba o custo de vida dos mais ricos apresentou um resultado menor, mas próximo, com inflação de 0,40%.

Além do ICV geral, o Dieese calcula todos os meses mais três índices detalhados de inflação, conforme os estratos de renda das famílias da capital paulista. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).

Mesmo com as semelhanças nas taxas dos três estratos, o panorama predominante é de inflação mais amena que a de abril, com desaceleração mais forte entre os mais pobres. No primeiro estrato, o ICV de maio foi 0,48 ponto porcentual inferior à forte variação positiva de 0,94% do mês anterior. No terceiro, de maior renda, a taxa de inflação foi 0,18 ponto menor que a de abril. No grupo intermediário, o ICV passou de 0,78% para 0,45% entre o quarto e quinto mês de 2012.

Segundo o Dieese, de um modo geral, o aumento médio de 1,05% no grupo Alimentação resultou em impacto nas taxas por estrato inversamente proporcional à renda familiar. Ou seja, suas contribuições caíram à medida que cresce o poder aquisitivo: 0,45 ponto porcentual no primeiro estrato; 0,39 ponto para o segundo; 0,23 ponto porcentual para o terceiro.

Já a alta média de 0,65% no grupo Habitação apresentou comportamento inverso ao do grupo Alimentação. Conforme destacou o Dieese, as elevações médias verificadas principalmente em condomínio (1,66%) e nos serviços domésticos (2,32%) afetaram mais as famílias com maiores rendas: 0,17 ponto porcentual no terceiro estrato; 0,12 ponto no segundo; e 0,10 ponto no primeiro.

Quanto ao grupo Saúde, o aumento médio de 0,80%, puxado especialmente pelo avanço de 3,90% no subgrupo Medicamentos e Produtos Farmacêuticos, prejudicou mais as famílias com menores rendas. Segundo o Dieese, os impactos foram os seguintes: 0,13 ponto porcentual para o primeiro estrato; 0,12 ponto porcentual para o segundo e 0,10 ponto porcentual para o terceiro.

Já em relação à queda média de 3,23% em Despesas Pessoais, o comportamento do grupo aliviou a inflação para as pessoas de menor poder aquisitivo. De acordo com o Dieese, as contribuições foram de -0,22 ponto porcentual para o primeiro estrato; de -0,17 ponto para o segundo; e de -0,10 ponto porcentual para o terceiro.

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