A quase estabilidade nos preços dos transportes tem contribuído para segurar a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano. Após a queda de 0,58% nos preços dos transportes em maio, o grupo acumulou uma alta de apenas 0,04% em 2012, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, o IPCA ficou em 2,24%.

"Os transportes têm o segundo maior peso no IPCA, de 20,30%, muito perto do peso de alimentos, que é de 23,11%", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Itens importantes, como passagens aéreas e combustíveis, acumulam queda nos primeiros cinco meses do ano. Em 2012, os preços das passagens aéreas já caíram 7,02%, a gasolina ficou 1,4% mais barata e o etanol recuou 2,80%. O preço do automóvel usado também caiu, ficou 3,96% mais barato no ano, enquanto o automóvel novo ficou 1,29% mais barato.

Eulina lembra que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os automóveis novos foi reduzido a partir de 21 de maio, no fim da coleta de preços para o IPCA. "O preço do automóvel já vinha caindo por causa dos descontos. As concessionárias vinham dando desconto para complementar as vendas", disse. "Então ainda está difícil de ver nesse número a influência da redução de IPI", acrescentou a coordenadora do IBGE. "Mas é possível que as reduções de preços dos (automóveis) novos tenham repercutido nos preços dos automóveis usados."