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Espanha discute com UE resgate para bancos

07:41 | 09/06/2012
O governo da Espanha afirmou sexta-feira à noite, em Madri, que ainda não concluiu o eventual pedido de resgate à União Europeia e ao Banco Central Europeu (BCE) para a recapitalização generalizada de seu sistema financeiro. A informação foi divulgada depois de rumores sobre um pedido de resgate que poderia variar entre � 40 bilhões e � 50 bilhões.

Na tentativa de desmentir os rumores, a vice-premiê Soraya Sáenz de Santamaría chegou a dizer ao jornal El País que ainda não haveria "decisões tomadas" e seria necessário "respeitar os procedimentos" na definição do valor final do pacote. Porém, tudo indica que o pedido de resgate será anunciado ainda hoje.

De acordo com Soraya, Madri só aceitaria os recursos após a avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI), prevista para segunda-feira, e de auditorias independentes, que só deve ser finalizada em 10 a 15 dias. Na quinta-feira, dirigentes do Fundo em Washington fizeram uma previsão provisória de que o socorro aos bancos espanhóis custaria � 40 bilhões. "Neste momento, o governo está trabalhando com o FMI e com os avaliadores sobre o valor que o sistema financeiro necessita para levar a cabo o completo saneamento do setor", disse Soraya.

No entanto, após o desmentido do governo espanhol, o FMI divulgou sua avaliação, e advertiu que as exigências de capital podem mesmo superar os 40 bilhões. A antecipação do resultado pelo Fundo indica que a Espanha deve mesmo apresentar o pedido oficial ainda neste sábado.

Enquanto o governo de Mariano Rajoy hesita, França, Reino Unido e Estados Unidos aumentam a pressão sobre a Alemanha de Angela Merkel. O presidente da França, François Hollande, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, já informaram Rajoy que apoiam o resgate direto aos bancos, sem passar pelo governo. Na sexta-feira, Hollande e Rajoy receberam o suporte explícito de Barack Obama. Em conferência telefônica, o presidente francês e o americano teriam concordado em "reforçar a estabilidade e a governança da zona do euro".

As novas demonstrações de apoio dos EUA à França deixam a Alemanha de Merkel ainda mais pressionada. Em sua última edição, a revista The Economist ironiza a inércia alemã mostrando um navio afundando e a pergunta: "Já podemos acionar os motores, sra. Merkel?". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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