Consumidor quer carro mais forte que 1.0, diz consultora
"O consumidor quer um veículo com maior motorização e com preços que caibam em seu orçamento. Os fabricantes de outros países trazem esses veículos com preços competitivos", disse a analista, que participou na quinta-feira da entrevista à imprensa da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) para detalhar os números do setor em abril.
Para Tereza, a mudança no perfil do consumidor é um dos motivos que influenciaram a queda nas vendas dos veículos no Brasil em abril. De acordo com a Fenabrave, as vendas de automóveis e comerciais leves recuaram 13,82% no mês passado ante março, para 244.853 unidades. Na comparação com abril de 2011, houve queda de 10,27% no número de emplacamentos. No acumulado de 2012, o recuo foi de 3,14% ante o mesmo período do ano passado, para 1.017.506 unidades.
Além da questão do perfil, a analista mencionou como fatores importantes para a queda nas vendas mais quatro detalhes de peso: a elevação do custo de manutenção de veículos; a perda do valor patrimonial do carro decorrente da "abertura do spread" entre o produto novo e o seminovo; a concorrência entre o desejo de comprar um carro e a necessidade para o consumidor adquirir a casa própria em tempos de maior facilidade para a compra do imóvel; e, principalmente, o "efeito conjuntural" motivado pelo aperto nas condições de crédito, em função da inadimplência.
Com base nos cálculos da MB Associados, a Fenabrave revisou para baixo, de 4,5% para 3,5%, a projeção de crescimento para as vendas de automóveis e comerciais leves em 2012. De acordo com a entidade, o total destes veículos vendidos neste ano deverá somar 3.545.584 unidades. Quando se consideram todos os segmentos, que incluem caminhão, ônibus e motos, a estimativa de expansão também foi revista, de avanço de 5,76% para 3,40%.