Dilma evita comentar possível mudança na poupança
Dilma falou também sobre a questão dos juros no Brasil. "Acredito que o Brasil tem de buscar patamares de juros similares aos praticados internacionalmente. Tecnicamente fica muito difícil o Brasil, diante do que ocorre no mundo, justificar spreads tão elevados", disse. Questionada sobre qual seria o spread ideal a presidente respondeu: "Se alguém te der essa resposta, você me apresenta, que eu vou indicá-lo para o prêmio Nobel".
Para a presidente, juros e spreads mais baixos estão em processo de amadurecimento no País. "Vamos caminhar progressivamente para ter juros mais condizentes com a nossa realidade porque não somos um país qualquer", disse. Ela destacou que o Brasil tem respeito aos princípios macroeconômicos de controle de inflação e apresenta robustez fiscal. "Temos uma situação muito especial em relação às economias emergentes", reforçou.
Ela disse que acompanha a situação econômica do País "todos os santos dias". "Para ver se a inflação aumenta, se os preços estão sob controle, a situação das commodities, olhar a taxa de câmbio do nosso país e dos demais. Esse acompanhamento eu vou fazer sistematicamente. Vou olhar também os juros, aliás, tenho olhado", disse.
CPI
Assim como não falou sobre mudanças na caderneta de poupança, Dilma esquivou-se de comentar a decisão do Congresso de criar a CPI do Cachoeira. "Vocês acreditam mesmo que eu vou me manifestar? Além das minhas múltiplas atividades que tenho de lidar, vou interferir na questão de outro Poder? Acho que todas as coisas têm de ser apuradas, mas não me manifesto sobre a CPI. Eu não me manifesto sobre outro Poder", declarou.
Dilma também foi questionada sobre a decisão do governo argentino de expropriar a participação da empresa espanhola Repsol na petroleira YPF e disse que o Brasil respeitará a medida. "Eu estou dizendo que o Brasil não interfere em assuntos internos de outros. De maneira alguma interferiremos, nem faremos juízos de valor", disse a presidente.