Abelha com chifres é encontrada na Austrália e nomeada de 'Lúcifer'

Cientistas australianos encontraram uma nova espécie de abelha nativa com pequenos e inesperados chifres

10:38 | Nov. 13, 2025

Por: Kamilly Andrade
Pequenos chifres semelhantes aos de um diabo inspiraram o nome da nova espécie nativa de abelha, Lucifer (foto: Dr Kit Prendergast via BBC News)

Com chifres presentes na abelha fêmea, pesquisadores encontraram a espécie Megachile Lucifer enquanto observavam uma rara flor silvestre que cresce apenas na cordilheira de Bremer, na Austrália Ocidental.

Esses chifres podem ser usados pelas abelhas como mecanismo de defesa, para coletar pólen ou néctar, ou para coletar materiais como resina para criação de ninhos.

Kit Prendergast, cientista da universidade responsável pelo estudo, anunciou na última terça-feira, 11, em uma publicação da Universidade de Curtin, em Perth, a descoberta da abelha.

A inspiração da escolha do nome ‘Lúcifer’

Kit conta à universidade que, quando descobriu a espécie em 2019, inspirou-se para usar o nome Lúcifer porque estava assistindo à série da Netflix de mesmo nome enquanto escrevia a descrição da espécie.

Ela acrescentou que este é o primeiro novo membro desse grupo de abelhas em 20 anos.

Segundo a pesquisadora, Lúcifer - que significa "portador da luz" em latim - também é uma referência a lançar luz sobre a necessidade de uma melhor conservação das espécies de abelhas nativas e de uma maior compreensão de como as plantas ameaçadas de extinção são polinizadas.

A importância de conservar espécies essenciais para o ecossistema e ameaçadas de extinção

O relatório, publicado na revista Journal of Hymenoptera Research, solicitou que a área em torno do local onde foram encontradas as novas espécies de abelhas seja declarada uma área de conservação, com a devida proteção das raras flores silvestres e proibição do desmatamento.

"Como a nova espécie foi encontrada na mesma pequena área que a flor silvestre ameaçada de extinção, ambas podem estar em risco devido à perturbação do habitat e a outros processos ameaçadores, como as mudanças climáticas", disse ela.

A profissional também acrescentou que muitas empresas de mineração não incluem as abelhas nativas ao avaliar o impacto ambiental de suas operações.

Segundo ela, os pesquisadores podem estar deixando de identificar espécies ainda não descritas, incluindo aquelas que desempenham papéis cruciais no suporte a plantas e ecossistemas ameaçados.

"Sem saber quais abelhas nativas existem e de quais plantas elas dependem, corremos o risco de perder ambas antes mesmo de percebermos que elas estão lá", afirma a doutora.