Homem em Pernambuco prepara o próprio jazigo: "Em breve"

Apesar de ter boa saúde, Cleyton de Sousa, de 36 anos, decidiu construir seu jazigo no cemitério de Mendes, no Limoeiro, para "ser homenageado ainda em vida"

17:07 | Jun. 11, 2022

Jazigo de Cleyton Melo de Sousa, construído por ele em Limoeiro, no Agreste de Pernambuco (foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Cleyton de Sousa, morador de Mendes, em Limoeiro, no Agreste pernambucano, levou a sério a frase "a morte é a única certeza da vida", quando aos 36 anos decidiu construir o seu próprio jazigo no cemitério local. Na lápide, o comerciante adicionou uma foto dele colorida, a data de nascimento e no espaço reservado para a data de óbito uma frase que sinaliza que ele ainda está vivo, no entanto, no aguardo da partida: "Em breve"

A construção da "capelinha", iniciada em 2020 e finalizada em 2021, custou R$ 3.500, incluindo o terreno, material e mão de obra. Depois de pronta, o jazigo que possui espaço para dois caixões e lugar para acender velas e colocar plantas, só ganhou notoriedade após uma pessoa, durante uma visita ao cemitério, notar a informação inusitada escrita no local da data de óbito.

Surpreso, o visitante gravou um vídeo mostrando o que havia encontrado. Na gravação é possível ouvir uma narração feita por ele. “Por favor, vê que visão isso aqui”, inicia o homem. “Isso mesmo. Dá uma pausa no vídeo aí. Isso mesmo. O rapaz ainda está vivo e já fez a própria catacumba”, falou o visitante do cemitério de Mendes.

Devido ao registro, compartilhado nas redes sociais nesta semana, o comerciante tornou-se conhecido no pequeno distrito de pouco mais de 7 mil habitantes, como "Cleyton da tumba". 

O motivo da construção do jazigo de Cleyton

Em entrevista ao G1 Pernambuco, Cleyton contou que a ideia de construir o jazigo surgiu em 2020, durante o primeiro pico da pandemia de Covid-19. Devido a perda de familiares e amigos para a doença, o comerciante disse ter começado a refletir sobre a morte e como “seria lembrado” por pessoas próximas.

Foi nesse momento em que decidiu iniciar a construção. Mesmo bem de saúde, ele disse que pensou na obra da própria tumba para “ser homenageado ainda em vida”. No Dia de Finados de 2021, ele compareceu ao cemitério de Mendes para ver se alguém visitaria seu túmulo. Segundo Cleyton, muitos visitantes acederam velas no local.