Cearenses são finalistas em prêmio internacional de design e buscam apoio para representar o Brasil no Peru

Estudantes da UFC de Quixadá criaram o "Giro", aplicativo que promove mobilidade sustentável e renda colaborativa. Evento acontece em setembro, em Cusco, e grupo vem arrecadando recursos para garantir presença na premiação.

20:21 | Ago. 07, 2025

Por: Fabrícia Braga
Estudantes cearenses são finalista em premiação internacional de design (foto: Reprodução/Anderson Oliveira)

Quatro estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC), campus de Quixadá, estão entre os finalistas do Latin American Design Awards 2025 — uma das maiores premiações de design da América Latina. Com o projeto “Giro”, os jovens cearenses foram selecionados na categoria Estudantes - Digital. Agora, o grupo busca arrecadar recursos e garantir presença no evento, que acontecerá no dia 13 de setembro, em Cusco, no Peru.

Leia tambémCidade da Criança será reaberta no Dia dos Pais com nova estrutura e espaços interativos

A equipe é formada por Anderson Oliveira (22 anos, de Quixadá), Nataly Campelo (22, de Choró), Sávila Amâncio (22, de Quixeramobim) e Yuri Lima (22, de Maracanaú). Todos são estudantes do curso de Design Digital da UFC.

“Quando a gente descobriu ficamos muito felizes e, ao mesmo tempo, sem acreditar. Primeiro passamos por uma pré-seleção, depois veio a confirmação de que éramos finalistas. Foi uma sensação indescritível. A gente até mandou e-mail para a organização pra confirmar se era real”, contou Anderson Oliveira, integrante do grupo.

O projeto: mobilidade sustentável e economia colaborativa

O projeto finalista “Giro” foi pensado para promover a mobilidade urbana sustentável e estimular a economia circular. A proposta é criar uma plataforma onde pessoas comuns possam alugar bicicletas próprias, que estejam sem uso, por meio de estações comunitárias.

“Nas capitais, a gente vê aquelas estações de bicicletas com bikes de uma só empresa. No Giro, a ideia é descentralizar isso. Qualquer pessoa que tenha uma bicicleta parada em casa poderá cadastrá-la e disponibilizá-la numa estação Giro. O aluguel feito por meio do aplicativo reverteria parte do valor diretamente para o dono da bike”, explica Anderson.

Segundo ele, o objetivo é duplo: incentivar o uso de transportes não poluentes e gerar uma fonte de renda extra para os proprietários das bicicletas. A ideia surgiu durante a greve da UFC, foi o momento em que os estudantes decidiram criar um projeto autoral para submeter a premiações.

“Foram quatro meses de desenvolvimento intenso, fora das disciplinas da faculdade. Dedicamos muito tempo e energia nesse projeto, por isso a gente costuma dizer que o Giro é quase como um filho”, relata o estudante.

Do Ceará para Cusco: a campanha de arrecadação

Apesar da conquista, o grupo enfrenta um desafio: o alto custo da viagem. Os estudantes estimam que o valor necessário para cobrir passagens, hospedagem e a taxa de inscrição no evento para os quatro integrantes gira em torno de R$ 22 mil a R$ 23 mil.

Para viabilizar a ida ao Peru, eles lançaram a campanha “Do Ceará para Cusco”, que inclui ações como rifa online e recebimento de doações via Pix, que pode ser enviado pela chave: docearaparacusco@gmail.com.

“A rifa custa R$ 10 e será sorteada no dia 6 de setembro com cinco prêmios. Além disso, criamos uma conta exclusiva para doações diretas. Estamos tentando apoio de políticos, empresas e qualquer pessoa que queira contribuir”, explica Anderson.

Até o momento, o grupo arrecadou cerca de R$ 2 mil. A meta urgente é garantir ao menos o valor das passagens de dois integrantes até o dia 15 de agosto, prazo limite para a compra dos ingressos do evento.

“Nosso maior desejo é que pelo menos dois de nós consigam ir representar o projeto. Já seria uma vitória imensa para a gente e para o Ceará”, destaca.

Reconhecimento internacional

O Latin American Design Awards reconhece os melhores projetos de design gráfico, digital e experimental da América Latina. Caso o Giro vença, os estudantes receberão um diploma internacional e um troféu em formato de raio, símbolo da premiação.

“Só de sermos finalistas já é um reconhecimento imenso. Somos um grupo de amigos, que conseguiu criar algo relevante e que pode contribuir com a sociedade. Agora só precisamos de uma força para realizar esse sonho até o fim”, finaliza Anderson.