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Incêndio atinge vegetação no entorno da Área de Proteção Ambiental da Bica do Ipu

As causas do fogo estão sendo investigadas, mas a principal suspeita é de incêndio criminoso. Os bombeiros controlaram as chamas no balneário, e ninguém ficou ferido

09:13 | 09/12/2015
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Atualizada às 9h50min

Um incêndio de médias proporções atinge há três dias a vegetação do entorno da Bica do Ipu, Área de Proteção Ambiental (APA) localizada no município de Ipu, a 294, 2 km de Fortaleza. O fogo foi parcialmente controlado na noite desta terça-feira, 8, quando começava a chegar no balneário da bica, onde há um restaurante. As causas estão sendo investigadas, mas a principal suspeita é de incêndio criminoso.

O incêndio na vegetação foi iniciado no último domingo, 6, quando começou a ser controlado por quatro brigadistas, entre eles a engenheira florestal e gerente da APA da Bica do Ipu, Henriette Pereira. "Nós começamos a apagar assim que começou, mas nosso contingente é pequeno. É mais difícil porque o fogo se espalha com o vento, principalmente nessa época de estiagem", afirma ela.

Segundo o capitão Roberto Moraes, comandante do grupamento 3 do Corpo de Bombeiros de Sobral, as equipes foram acionadas às 20 horas de terça-feira, 8. “Fomos chamados às pressas porque estava começando a atingir o balneário, que é feito de madeira. Isolamos o local, mas ainda há fogo e mais equipes devem voltar ao local. Graças a Deus ninguém se feriu”, detalhou.

A gerência da APA não possui estimativas sobre o número de visitantes da Bica. "Estamos em uma luta contra o fogo, porque agora parece estar calmo, mas depois o fogo se alastra com o vento e começa tudo de novo".

Dez bombeiros participaram da operação na noite de terça, mas um efetivo de trinta homens deve ser deslocado nesta quarta-feira, 9, com apoio de um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer).
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[SAIBAMAIS 2] “Ficamos no local até as 3 horas manhã, mas ainda tem focos de incêndio e esperamos debelar o fogo completamente logo. Já consideramos um incêndio de médio a grande porte, mas a área atingida ainda está sendo investigada”, explica Roberto. O capitão disse que, provavelmente, o incêndio foi iniciado por um grupo de homens, que ainda não foram identificados.

Para controlar as chamas, os bombeiros utilizaram água de uma viatura de combate a incêndio, mas nesta quarta-feira, 9, devem ser utilizados bombas costais e abafadores. “Nessas áreas mais distantes de vegetação, o mais indicado são os abafadores”, afirma Roberto.

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Proteção
A APA da Bica do Ipu, que abrange uma área de 3.484,66 hectares, é uma unidade de conservação de uso sustentável, criada pelo Decreto Nº 25.354, de 26 de janeiro de 1999. A APA compreende áreas de encostas, setores mais elevados da serra e nascentes dos riachos Ipuçaba e Ipuzinho, conforme informações da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

No local, são proibidas as seguintes atividades:
- Implantação ou ampliação de atividades potencialmente poluidoras ou degradadoras;
- Supressão de vegetação e uso do fogo sem a autorização da SEMACE;
- Atividades que possam poluir ou degradar os recursos hídricos abrangidos pela APA, como também o despejo de efluentes, resíduos ou detritos capazes de provocar danos ao meio ambiente;
- Intervenção em áreas de preservação permanente, como: margens dos riachos; topos de morros; nascentes, ainda que intermitentes; encostas ou partes destas com declive superior a 45°, equivalente a 100 por cento na linha de maior declive;
- Demais atividades danosas previstas na legislação ambiental.

Crime
Segundo a Semace, danificar florestas é crime previsto no artigo 53 do Decreto Federal 6514 que regulamenta infrações ambientais. A multa é de R$ 300 por cada hectare prejudicado, mas em caso de ação por fogo, será acrescido 50% do valor da multa. Em unidades de conservação ambiental, a multa é de R$ 5 mil por hectare.

Além disso, o valor da multa aumenta quando o crime for cometido em áreas protegidas por matas ciliares e recursos hídricos. Assim, a secretaria calcula que, na Bica do Ipu, a multa chegaria a quase R$ 15 mil por hectare danificado.

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