Após 2 meses, caso de idosa encontrada morta no Eusébio segue em investigação

Corpo de Maria Alice Torres Guimarães, 77 anos, foi achado quatro dias após ela desaparecer ao sair para procurar o filho, que vivia em situação de rua

18:20 | Out. 16, 2025

Por: Lucas Barbosa
A delegacia do Departamento de Homicídios, que investiga desaparecimentos, investigava o sumiço de dona Alice (foto: reprodução/DHPP )

Dois meses após Maria Alice Torres Guimarães, de 77 anos, ter sido encontrada morta em um terreno localizado em uma área de mata no Eusébio (Região Metropolitana de Fortaleza), as circunstâncias do caso continuam por ser elucidadas.

A idosa foi encontrada morta em um aterro localizado no bairro Mangabeira por volta de meio-dia de 13 de agosto, quatro dias após sair de casa para procurar o filho, um homem que vivia em situação de rua e que era usuário de drogas.

Em nota enviada a O POVO, a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) limitou-se a afirmar que a Delegacia de Eusébio investiga o caso. O caso ainda não consta como homicídio nas estatísticas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

“Em razão do avançado estado de decomposição do corpo, somente após a finalização dos laudos da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) será possível confirmar a causa do óbito”, consta na nota. A PC-CE também não informou se as suspeitas de crime sexual contra a vítima foram ou não descartadas.

Familiares da aposentada afirmaram à Polícia Civil que ela saiu de casa, sem o celular, dizendo que iria até as imediações de um estabelecimento do bairro Mangabeira localizado à beira de mangue, que era um ponto onde o filho dela costumava ficar.

O próprio homem, porém, disse na tarde do dia 9 de agosto que não chegou a falar com a mãe, quem não via há três dias. Com isso, um boletim de ocorrência relatando o desaparecimento foi feito.

No registro, foi destacado que a idosa era uma pessoa lúcida e não tinha histórico de desaparecer ou perder a consciência. Uma pessoa chegou a dizer que uma mulher parecida com Maria Alice havia sido visto na Praça dos Leões, no Centro de Fortaleza, mas, após irem ao local, os familiares não a localizaram.

Como O POVO mostrou em matéria à época do achado do corpo, uma amiga da família de Maria Alice afirmou que a região onde ela foi encontrada é dividida pelas zonas de influência de facções criminosas rivais.

“Não é justo isso ter acontecido com ela”, afirmou a fonte, que pediu para não ser identificada. “Uma senhora que trabalhou a vida toda, cuidou dos filhos dela, uma senhora que andava de muletas, se desse um empurrão nela, ela caía”.