Após denunciar estupro, menina é levada à igreja e mãe alega "possessão demoníaca"

As investigações policiais apontaram que a menina teria sido levada pela mãe a uma igreja, sob a alegação que ela estaria mentido sob "possessão demoníaca"

20:43 | Jul. 21, 2023

Imagem de apoio ilustrativo. Terceiro suspeito de participar de homicídio de uma mulher em Sobral foi preso pela Polícia Civil do Ceará (foto: Divulgação/Polícia Civil do Ceará)

Um homem de 33 anos foi preso preventivamente, alvo de investigação pelo estupro de uma criança de 12 anos, que seria sua enteada. A prisão foi efetuada em uma ação da Polícia Civil do Estado do Ceará nesta quinta-feira, 20, em Beberibe, a 82 km de Fortaleza. As investigações mostram que, após denunciar o caso, a mãe da garota a levou a uma igreja com a alegação de que ela estaria "sob possessão demoníaca".


De acordo com as informações divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), as investigações da Delegacia Municipal de Beberibe, a vítima foi submetida à violência psicológica após denunciar o caso, além de ter sido levada por sua responsável a uma igreja, onde teria sido induzida a alterar a sua versão do ocorrido.


Conforme a Polícia, as apurações realizadas mostram que, em setembro de 2022, os agentes foram buscados, a princípio, pela mãe da vítima, que alegou que a menor teria sido vítima de estupro por parte do padrasto, seu companheiro.


A Polícia Civil iniciou oitivas e diligências que apontaram que depois da primeira denúncia, a mãe da menina a teria obrigado a mudar sua versão da história e retirar a denúncia contra o padrasto. Ainda em 2022, só que agora com a avó da menina, novas investigações foram feitas e confirmaram o que estava acontecendo.


O resultado das investigações apontou que a maioria dos crimes era cometida na casa do suspeito, se aproveitando de estar sozinho com a vítima. Com o fim das diligências, foi solicitado ao Poder Judiciário um mandado de prisão preventiva contra o suspeito.


Agora, o foco das investigações é indiciar a genitora da menina por violência psicológica, já que existem indícios que a criança foi obrigada a modificar seu depoimento, bem como a levou a um templo religioso, com a alegação de que ela teria mentido e estaria sob “possessão demoníaca”. O religioso procurado pela mãe da menina também será investigado pelo caso.


*Os nomes dos envolvidos não serão divulgados para preservar a identidade da vítima