Porta quebrada e tentativa de socorro: o que se sabe sobre cearense que caiu do 10º andar em SP

Caso é tratado como feminicídio e empresário teve a prisão mantida. Alex tem antecedente criminal após participação em um sequestro no ano de 2003

21:47 | Dez. 15, 2025

Por: Jéssika Sisnando
Alex e Katiane moravam juntos em residencial na zona oeste de São Paulo. Mulher é natural de Crateús, no Ceará (foto: Reprodução/Instagram)

A investigação sobre a morte da cearense Maria Katiane Gomes da Silva, de 25 anos, que caiu do 10º andar de um prédio no Morumbi, em São Paulo, segue em andamento e o empresário Alex Leandro Bispo dos Santos, 40 anos, permanece preso sob suspeita de jogar a companheira da sacada do apartamento.

O homem possui uma extensa ficha criminal, incluindo a participação no sequestro do sobrinho do ex-senador Eduardo Suplicy, no ano de 2003.

Katiane era natural de Crateús, no Ceará, morreu no dia 29 de novembro em razão da queda. A defesa do suspeito classificou o caso como suicídio ou acidente, mas as investigações da Polícia Civil de São Paulo apontaram para crime de feminicídio

Câmeras de vigilância mostram violência antes da queda 

A análise do circuito interno do condomínio de luxo registraram momentos de violência minutos antes da morte. Nas imagens, o casal aparece discutindo no corredor do prédio e dentro do elevador. Em uma das cenas, Alex segura Katiane pelo pescoço e tenta retirá-la à força do elevador, o que aponta agressão física.

A Perícia encontrou a porta do banheiro do apartamento quebrada. Em depoimento, Alex alegou que a namorada se trancou no cômodo após a briga e que ele precisou arrombar a porta para entrar. Segundo ele, logo em seguida, ela teria corrido para a varanda e se jogado.

A Polícia Civil de São Paulo, por meio de um trabalho pericial, aponta inconsistência temporal, pois menos de dois minutos se passaram entre o momento em que o casal entrou no apartamento e a queda da vítima. Para os investigadores, o curto intervalo de tempo é incompatível com a narrativa de longa negociação ou tentativa de salvamento descrita pelo acusado.

A manutenção da prisão de Alex Leandro também se justifica pelo risco à ordem pública. Ele possui antecedente por extorsão mediante sequestro e foi condenado pela participação em um sequestro relâmpago em 2003, que vitimou o sobrinho de Eduardo Suplicy. Além dos crimes de roubo e falsidade ideológica.

Defesa afirma que Alex tentou evitar morte da jovem 

Advogados do empresário sustentam que ele tentou evitar a morte da jovem. Imagens mostram que, após a queda, Alex desceu ao térreo e foi encontrado ao lado do corpo de Katiane, tentando reanimá-la.

A Polícia Civil destaca que as câmeras do hall mostram o suspeito retornando ao elevador sozinho, colocando as mãos na cabeça e sentando no chão, em aparente desespero, logo após a vítima cair.

O corpo de Maria Katiane foi trasladado para o Ceará, onde a família cobra justiça. Alex viajou acompanhando o corpo da vítima e participou do velório e sepultamento e conversou com familiares como se estivesse consternado com a perda da companheira.