Ceará é o segundo estado brasileiro com a maior proporção de áreas naturais da Caatinga

Dado consta em levantamento que integra a Coleção 10 de mapas anuais do MapBiomas, lançado nesta quinta-feira, 18

06:00 | Set. 18, 2025

Por: Gabriela Almeida
Caatinga (foto: JÚLIO CAESAR)

Um total de 68% do território do Ceará estava coberto por áreas naturais da Caatinga em 2024. Proporção é a segunda maior entre os estados que têm esse bioma, ficando atrás apenas do Piauí, que registrava 82%. Dado consta em levantamento que integra a Coleção 10 de mapas anuais do MapBiomas, lançado nesta quinta-feira, 18.

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De acordo com informações divulgadas no balanço, o ecossistema— que é exclusivamente brasileiro, sofreu uma perda de 9,25 milhões de hectares de áreas naturais entre 1985 e 2024. 

Redução foi observada em todas as unidades federativas que compõe essa região geográfica, sendo elas: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.

No estado cearense, cujo ecossistema predomina em todos os municípios, a Caatinga perdeu cerca de 20% de sua vegetação nativa nos últimos 40 anos, com desmatamento aumentando 23% entre 2023 e 2024.

Preservação

Apesar do disparo do desmatamento, 55% (670) dos municípios da Caatinga surgem possuindo mais de 50% de vegetação nativa. Conforme levantamento, os estados com maior proporção de áreas naturais desse bioma em 2024 são: Piauí (82%), Ceará (68%), Pernambuco (60%), Bahia (58%) e Paraíba (56%).

Já as unidades federativas que apresentaram menor proporção de áreas naturais no ano passado foram Minas Gerais (50%), Rio Grande do Norte (50%), Alagoas (27%) e Sergipe (24%).

Nerivaldo Afonso, geógrafo integrante da equipe Caatinga do MapBiomas, considera a porcentagem apresentada pelo Ceará como "positiva", mas apenas no comparativo a outras regiões. Isso porque o número de desmatamentos, para ele, é "alarmante" e evidencia a necessidade de preservação.

"É algo positivo, porque se comparado com outros estados (o Ceará) está a frente (em relação a) conservação e preservação dessas áreas (...) Ainda assim, essas áreas que ainda estão de pé precisam ser preservadas", destaca o especialista, frisando a necessidade de ações de fiscalização e monitoramento.