Unidade Móvel Dandara Ketlely oferece serviços de atendimento à população LGBTQIA+
A unidade leva o nome de Dandara Ketlely, travesti que foi brutalmente assassinada em 2017. A iniciativa é uma extensão do Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues e oferece serviços diversos à população
A unidade móvel de atendimento à população LGBT+ Dandara Ketlely foi lançada no último dia 20 pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Diversidade (Sediv) e tem como objetivo principal oferecer apoio socioassistencial, retificação de nome e prevenção ao HIV/Aids a territórios prioritários, promover a inclusão social, cidadania e outros serviços.
O nome foi escolhido em homenagem à travesti Dandara dos Santos, que foi brutalmente torturada e assassinada em 2017, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza. O funcionamento da unidade será a partir do mês de fevereiro de 2025, quando os profissionais chamados concluírem o treinamento.
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“Queremos ressignificar a memória [dela] e dizer que nenhum crime será esquecido. Dandara Ketlely ficará marcada na memória das pessoas”, diz ao O POVO a titular da Sediv, Mitchelle Meira.
A iniciativa busca ampliar a atuação do Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, facilitando o acesso aos programas e projetos da Sediv, fortalecendo ações já existentes e expandindo a interiorização das políticas públicas LGBTI+.
Para usufruir dos serviços ofertados não é necessária nenhuma documentação, basta chegar ao Centro Thina Rodrigues ou passar pelo atendimento da unidade móvel.
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Ao O POVO, a titular da Sediv Mitchelle Meira, destaca que os mesmos serviços oferecidos no Thina também serão ofertados na unidade, a única diferença é que a unidade ficará em deslocamento. “[Será] com psicólogo, assistente social e o jurídico, além da administração que irá orientar sobre todos os serviços que a secretaria oferece”.
A secretária também mencionou o Programa Empodera+, que integra a Estratégia Nacional de Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda, instituída pela portaria nº 88 de 2024, oferece suporte educacional e qualificação profissional, além de auxílio financeiro conforme a situação socioeconômica dos participantes.
No Ceará, o projeto atenderá inicialmente 80 pessoas, que receberão apoio de equipes multidisciplinares e participarão de ações educativas e de empregabilidade.
Segundo Mitchelle, a prioridade da unidade móvel são os municípios atendidos pelo Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência (PReVio), na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e no Interior. “E também os municípios de maior distância, que não têm Centros de Referência ainda. Nossa ideia é que essa unidade rode o interior do Estado também”.
A secretária conta que também poderá ser feita uma parceria com a prefeitura de cada município e oferecer um letramento e rodas de conversa aos gestores.
“A pessoa só consegue ter acesso às oportunidades quando elas têm sua cidadania preservada”, afirma secretária da diversidade
“Muitas vezes a pessoa é expulsa de casa ou foi abandonada pela própria família. Então ela pode ir lá que nós ajudamos a fazer uma busca para recuperar os documentos”, disse a titular da Sediv. “O que nós pudermos fazer para a pessoa ter sua cidadania plena e reconstruída, para que ela possa ter o direito de ir atrás de um emprego e ajudar para que essa pessoa se torne um cidadão produtivo socialmente e obter uma autonomia econômica, nós vamos fazer”.
“O Estado tem que criar oportunidades para essas pessoas, mas elas só conseguem ter acesso a essas oportunidades quando ela começa a ter sua cidadania preservada e plena”, reitera Mitchelle.
Casa de acolhimento à população LGBT+ deve ser entregue em 2025
De acordo com Mitchelle, uma casa de acolhimento deverá ser entregue ainda no primeiro semestre de 2025.
“Estamos ainda fazendo esse processo de como vai ser a entrada [na casa]. A porta de entrada será pelo Centro de Referência, mas o procedimento fica a cargo da Casa, que será entregue pelo Governo em 2025”, explica.
“Estamos no trâmite de fazer a licitação da entidade que irá tomar conta desse equipamento. Estamos também realizando o PIA — Programa Individual de Atendimento”.
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