Uece pode iniciar semestre 2020.1 ainda no fim de setembro; proposta será analisada

Após ser acusada de "descaso" por parte dos estudantes, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) afirmou que o semestre 2020.1- suspenso desde março devido à pandemia, pode começar - por meio de método alternativo, entre o fim de setembro e o inicio de outubro deste ano. O comunicado foi realizado no site da entidade, nesta quarta-feira, 19, e a proposta ainda precisa passar por uma avaliação antes de ser efetivada. 

Segundo publicação, a possibilidade foi levantada após discussão com colegiados de cursos e grupos acadêmicos. Matrículas dos aprovados no último vestibular da instituição, em 2019, e de alunos veteranos, devem ser concluídas também em setembro e a forma como o semestre será iniciado ainda segue sendo debatida.

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Conforme a assessoria da entidade afirmou para O POVO, a proposta ainda será apresentada para deliberação ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que deve divulgar resultado antes do período de retorno proposto. Em paralelo, questões como as condições materiais dos estudantes e a capacitação dos docentes seguem sendo discutidas por grupos da universidade.

Entenda o caso

A Uece suspendeu todas as atividades presenciais com a chegada da pandemia ao Estado. Nesse sentido, alguns cursos do semestre 2019.2 precisaram ser concluídos por meio do método de Ensino a Distância (EAD), com outros ainda em processo de finalização.

O Calendário Acadêmico referente ao semestre 2020.1, no entanto, ainda não foi divulgado e as matrículas dos aprovados no último vestibular da instituição, em 2019, também não foram concluídas. Desde o inicio da crise sanitária no Estado, a Uece estuda questões de retorno do ensino por meio de- entre outros, um Grupo de Trabalho para Enfrentamento à Pandemia.

Alguns alunos da entidade chegaram a questionar, em denúncia ao O POVO, o motivo da instituição ainda não ter começado o semestre 2020.1 por meio de alternativas como o ensino remoto. O método, apesar de adotado por outras universidades, é visto como problemático para o Sindicato de Docentes da entidade (Sinduece). 

Em nota lançada na última semana, o órgão de representação dos professores afirmou que “o ensino remoto não configura modalidade de ensino" e "não tem regulamentação devida". Representantes defendem ainda que o meio, caso seja utilizado, vai resultar na "precarização do trabalho" e que vai de encontro a qualidade de ensino de uma universidade pública. 

Todas essas questões devem ser levadas em consideração para a decisão do CEPE. "A Uece continua empreendendo esforços para o retorno às atividades, com a segurança devida e com o entusiasmo de sempre", destacou a entidade estudantil em nota.