Homem é resgatado de cárcere privado em instituição terapêutica; dupla é presa

Após a ação policial, o espaço não foi fechado. Visita da Vigilância em Saúde do município ainda ocorrerá para avaliar a intedição completa

17:06 | Dez. 20, 2025

Por: Alexia Vieira
Instituição atendia cerca de 40 pacientes no momento da ação policial (foto: Divulgação/PCCE)

Uma instituição terapêutica localizada em Barbalha, no Cariri, se tornou alvo de investigação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) devido a maus-tratos e cárcere privado de internos. O local atendia pacientes com transtornos psicológicos e uso abusivo de drogas.

Os policiais encontraram um dos pacientes trancado em um quarto isolado, na quinta-feira, dia 18. No local, dois homens, de 26 e 36 anos, foram presos em flagrante por cárcere privado qualificado.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a ação ocorreu após solicitação de apoio do Ministério Público do Ceará (MPCE). O órgão pediu cumprimento de mandado de busca na instituição, que já estava sendo investigada por cárcere e maus-tratos.

Nas imagens divulgadas pela SSPDS, é possível ver péssimas condições de higiene do local, com colchões no chão sem cobertas, pisos e paredes sujas e fiação elétrica exposta.

Cerca de 40 pessoas eram atendidas pela instituição terapêutica

A coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Barbalha, Anamaria Duarte, relatou que cerca de 40 pessoas eram atendidas pela instituição.

Após a ação policial, o espaço não foi fechado. Uma visita da Vigilância em Saúde do município ainda ocorrerá no local para investigar as condições da instituição. A interdição será avaliada após a visita.

No entanto, Anamaria explica que a Prefeitura, em conjunto com o MPCE, tem entrado em contato com as famílias dos pacientes para relatar a situação encontrada no local.

Segundo ela, muitas famílias não são de Barbalha, sendo até de outras regiões e estados. Pela distância, algumas ainda não puderam buscar os entes.

A clínica assinou um termo de responsabilidade para continuar com os pacientes até que os familiares tomem providências.

A gente já conseguiu que cerca de 10 deles voltassem para suas famílias. Os demais a gente ainda continua nesse contato, vendo as possibilidades, informando. Cabe à família decidir, na verdade, se o paciente permanece ou não, já que a clínica não foi fechada”, diz Anamaria.

O homem encontrado em cárcere privado foi uma das pessoas que voltou para a família. Ele foi resgatado para o internamento provisório de um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município e depois voltou para a casa com a mãe.

“A gente está orientando para ver a possibilidade de retornar para a família ou procurar um local que seja realmente adequado e possa receber esses pacientes, oferecendo a eles o tratamento devido para os problemas de saúde que eles têm, de saúde mental e também de dependência química”, comenta a coordenadora.