Global Citizen reúne 50 mil pessoas em Belém e atinge meta de US$ 1 bilhão para proteger Amazônia

O festival reuniu artistas como Chris Martin, Anitta, Charlie Puth, Gilberto Gil, Seu Jorge, além de presenças políticas como a primeira-dama Janja e Marina Silva

11:32 | Nov. 02, 2025

Por: Lara Vieira
Chris Martin e Anitta durante apresentação no Global Citizen (foto: ALEXANDRE SCHNEIDER/DIVULGAÇÃO)

A poucos dias da COP 30, que será realizada em Belém, no Pará, o festival Global Citizen: Amazônia reuniu neste sábado, 1º, cerca de 50 mil pessoas no Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão).

O evento marcou a primeira edição do festival na América Latina e teve como objetivo mobilizar doações para ações de proteção, restauração e renaturalização da Amazônia.

A meta era arrecadar US$ 1 bilhão antes da conferência da ONU sobre o clima, valor alcançado ainda durante o espetáculo.

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Global Citizen: shows 

Entre as atrações de destaque, esteve Chris Martin, vocalista da banda Coldplay, que se apresentou em carreira solo.

Apresentado pelo ator Rodrigo Santoro, o cantor chegou a arriscar algumas palavras em português e fez um dueto com a brasileira Anitta, arrancando coro do público, que iluminou as arquibancadas com lanternas de celular. O mesmo gesto se repetiu durante o show de Charlie Puth.

O cantor baiano Gilberto Gil levou ao palco um repertório animado, com canções como Tempo Rei e Toda Baiana, acompanhado por sua banda e familiares. Seu Jorge fez um dos shows mais longos da noite, com cerca de 30 minutos, e teve a participação especial de Chris Martin na percussão.

O Entre os artistas brasileiros, o palco também recebeu Daniela Mercury, Gaby Amarantos, Viviane Batidão, o tradicional Arraial do Pavulagem, e as cantoras indígenas Djuena Tikuna (Amazonas) e Kaê Guajajara (Maranhão), que representaram vozes da floresta.

Encerrando o evento, Anitta lançou uma nova música em parceria com Viviane Batidão, levando o público até o início da madrugada de domingo, 2.

Presenças políticas

O festival teve forte ligação com as pautas climáticas e sociais que serão debatidas na COP 30. Entre as autoridades presentes estavam a primeira-dama Janja Lula da Silva, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Durante a abertura do evento, Janja fez um discurso destacando os avanços do Governo Federal no combate ao desmatamento e relacionando a questão ambiental à desigualdade social.

“Trabalhando pelo fim da devastação, o governo do presidente Lula obteve 50% de redução do desmatamento do bioma da Amazônia na comparação com 2022. É o terceiro ano consecutivo de declínio e a terceira menor taxa da série histórica, medida desde 1988”, afirmou.

Ela também destacou o impacto desigual da crise climática: “Uma desigualdade que existe dentro dos países e entre eles. No Brasil, o 1% mais rico tem uma pegada de carbono sete vezes maior que os 10% mais pobres. Os 10% mais ricos emitem mais gases de efeito estufa do que os 35% mais pobres somados".

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Sustentabilidade fora do palco

Além das apresentações musicais, o evento contou com instalações artísticas e educativas. A exposição Jaguar Parade exibiu esculturas de onças-pintadas criadas por artistas amazônicos.

No estacionamento do Mangueirão, três “árvores artificiais” chamaram a atenção do público: uma construída com lixo eletrônico e outras duas inspiradas na cultura indígena, feitas com elementos como palha e cuias.