Quem era Juliana Marins, brasileira que morreu esperando resgate em vulcão na Indonésia

Publicitária do Rio de Janeiro fazia mochilão solo pela Ásia e caiu durante trilha no Monte Rinjani. Família confirmou morte após dias de buscas difíceis no local

13:01 | Jun. 24, 2025

Por: Izabele Vasconcelos
As buscas por Juliana, que caiu durante uma trilha na Indonésia, foram encerradas, nesta terça-feira, 24 (foto: Reprodução / Instagram @resgatejulianamarins)

Juliana Marins, brasileira de 26 anos, foi encontrada sem vida após mais de três dias desaparecida no Monte Rinjani, um vulcão ativo localizado na ilha de Lombok, na Indonésia.

A confirmação foi feita pela família da jovem na manhã desta terça-feira, 24, por meio de uma publicação nas redes sociais.

Segundo o comunicado, as equipes de resgate conseguiram finalmente alcançar o local onde Juliana havia sido avistada por drones.

“Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz a nota assinada por familiares.

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Quem era Juliana Marins?

Natural de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Juliana estava viajando sozinha pela Ásia desde fevereiro.

Durante o mochilão, passou por Filipinas, Vietnã e Tailândia. Ela compartilhou nas redes sociais fotos de trilhas, mergulhos e paisagens paradisíacas das viagens.

Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana atuou profissionalmente em empresas do grupo Globo, como Multishow e Canal Off, além da agência Mynd e do evento Rio2C, voltado à indústria criativa.

No currículo, também constam cursos de roteiro, direção de cinema e fotografia.

Juliana era uma entusiasta do pole dance, modalidade na qual chegou a se apresentar em festivais. Também participava de corridas de rua, inclusive fora do Brasil, e mantinha uma rotina ativa, integrando esporte e arte à sua vida pessoal.

Família acompanhou buscas com críticas e esperança

Durante os dias de resgate, os familiares de Juliana se mantiveram ativos nas redes sociais, divulgando atualizações, pedindo orações e denunciando falhas de comunicação entre as autoridades brasileiras e indonésias.

A irmã de Juliana, Mariana Marins, chegou a desmentir informações de que a jovem teria recebido alimentos e agasalhos. “Ela estava há dias sem água, comida ou abrigo. Seguimos sem saber seu estado de saúde até hoje”, afirmou em uma das postagens do perfil.

O pai de Juliana viajou às pressas para a Indonésia, mas teve dificuldades para chegar ao país por causa do fechamento do espaço aéreo após os ataques do Irã a bases americanas na região.

Como foi o acidente de Juliana no Monte Rinjani

O acidente aconteceu por volta das 19 horas da sexta-feira, 20 de junho (horário de Brasília) - já madrugada do sábado, 21, na Indonésia. Juliana escorregou durante uma trilha e caiu cerca de 300 metros montanha abaixo.

Desde então, as operações de resgate enfrentaram inúmeros desafios: o terreno extremamente íngreme, a densa neblina e as constantes mudanças climáticas impediram o uso de helicópteros e dificultaram os acessos por terra.

Nos dois primeiros dias, drones com sensores térmicos não encontraram Juliana. Apenas na manhã de segunda-feira, 23, ela foi localizada. A temperatura do corpo mostrou que a jovem ainda estava viva, porém, se mantinha imóvel.

Com o passar dos dias, Juliana deslisava ainda mais na encosta íngreme do vulcão. Nesta terça-feira, a equipe de resgate desceu 400 metros, mas estimou que Juliana estaria mais longe, a cerca de 650 metros do ponto de onde caiu na trilha.

Passadas horas de operação neste quarto dia de buscas, as equipes de resgate encontraram o corpo da publicitária, que não resistiu às condições extremas.