Homem que casou com namorada após descobrir câncer raro morre em Teresina
Alexandre e Gisele se conheceram na escola em 2007 e iniciaram um relacionamento em 2012 após se reencontrarem no Orkut
15:57 | Nov. 13, 2021
Morreu na última quinta-feira, 10, o auxiliar de escritório Alexandre Mairon, de 27 anos. Ele estava internado no Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal do Piauí, para tratar um câncer raro no fígado, descoberto em agosto.
No hospital, Alexandre casou-se com sua companheira, a atendente Gisele Luane Araújo, também de 27 anos, que estava com 36 semanas de gravidez, com quem já vivia há dois anos. A cerimônia foi realizada dentro do hospital por um padre no último dia 27 de agosto.
Gisele e Alexandre se conheceram em 2007, quando ambos tinham 13 anos e cursavam o 8º ano do Ensino Fundamental. "Éramos amigos e tínhamos uma linda conexão. Gostávamos das mesmas músicas, compartilhamos muitos CDs e livros. Esse era o nosso assunto favorito. Mas sempre que ninguém estava olhando, dávamos as mãos embaixo da mesa da carteira,” lembra Gisele. Após a conclusão do ano letivo, os dois acabaram se afastando.
Após o afastamento, Alexandre fundou uma banda de rock e Gisele tornou-se mãe solo.
Em 2011, Gisele resolveu procurar Alexandre no Orkut. Os dois conversaram por um ano e, no final de abril de 2012, iniciaram um namoro. "Desde então nunca mais nos separamos", conta a jovem. Entre namoro, morar juntos e o casamento, o relacionamento de Gisele e Alexandre durou nove anos e sete meses.
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"Em todos esses anos enfrentamos muitas coisas, perdemos um bebê ainda em gestação. Mas todas as dificuldades nos fortaleceram ainda mais. Sempre quisemos nos casar. Mas sempre apareciam prioridades e nunca sobrava dinheiro para isso. Resolvemos morar juntos, primeiro na casa dos pais dele e depois nos mudamos para a nossa”, afirmou a atendente.
No entanto, por estar com 36 semanas de gestação e podendo entrar em trabalho de parto a qualquer momento e com a gravidade da doença de Alexandre, o casal decidiu oficializar a união.
"Então sentimos que esse sonho precisava ser realizado. O que planejamos foi um casamento no leito. Apenas ele, eu e o padre, mas o Hospital Universitário, juntamente com os nossos amigos e familiares nos preparou uma linda e emocionante surpresa. Não imaginamos que teria essa repercussão."
O filho do casal nasceu em 18 de setembro e Alexandre pôde conviver com a criança entre uma internação e outra. "O maior medo do Alexandre foi não ver nosso filho nascer, mas ele pôde estar presente e, nesse momento, esquecemos tudo que estava acontecendo.
Ele me disse que foi o dia mais feliz da vida dele. Ele conviveu com ele, aproveitou o máximo nos intervalos entre as internações. O nascimento do bebê deu muita força para ele lutar pela vida", ressalta Gisele, emocionada.
A missa de sétimo dia de sufrágio de Alexandre será realizada no próximo dia 18, e a família pretende que a cerimônia seja celebrada na igreja da escola Irmã Catarina, onde Alexandre e Gisele estudaram e se conheceram.
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