PUBLICIDADE
Notícias

Índios e movimentos sociais reforçam protesto contra desocupação de vila para obras das Olimpíadas

O protesto foi encerrado com todas as pessoas dando um abraço simbólico na comunidade, como forma de chamar a atenção da autoridades

16:14 | 20/06/2012

Manifestantes de vários movimentos sociais que participam da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio%2b20, uniram-se, na manhã de hoje (20), aos moradores da Vila Autódromo, em um protesto contra o processo de desocupação da área movido pela prefeitura do Rio para as obras dos Jogos Olímpicos de 2016. A comunidade fica localizada próxima ao Riocentro, onde mais de 100 chefes de Estado e de Governo estão reunidos para a conferência.

Os manifestantes caminharam sob chuva por algumas ruas até chegar ao local conhecido como Beira-Rio, que fica de frente para a Avenida Abelardo Bueno, por onde tinham de passar, obrigatoriamente, todas a delegações e chefes de Estado e de Governo para chegar ao Riocentro. O protesto foi encerrado com todas as pessoas dando um abraço simbólico na comunidade, como forma de chamar a atenção da autoridades.

A diretora da Associação de Moradores da Vila Autódromo, Jane Nascimento, informou que, atualmente, 900 famílias vivem na Vila Autódromo, que começou a ser ocupado ha pelo menos 40 anos. Segundo Jane, há 20 anos os moradores receberam do governo estadual um documento de posse dos terrenos.

“Nós temos o título de posse e ele não é respeitado. Um governo vem e cede o documento, aí outro governo [prefeitura] tenta tirar o direito adquirido pela comunidade. Para termos um governo desses é melhor a gente mesmo governar”, afirmou a líder comunitária.

Para o representante do Comitê Popular da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, Roberto Morales, a melhor saída para a Vila Autódromo seria a prefeitura investir em urbanização em vez de remover os moradores.

“A comunidade discutiu um projeto de urbanização que fica muito mais barato do que a remoção. E também mais saudável, porque uma remoção não implica não apenas o transtorno da mudança. As pessoas são tiradas de seu trabalho e as crianças ficam sem escola pelo menos por um período”, disse Morales.

Na manifestação, viam-se também faixas e cartazes pedindo respeito aos povos da Amazônia e até com uma curiosa operação: "Eco 92%2b20 = 0". O protesto não causou transtornos para o já caótico trânsito da região, mas, apesar disso, policiais militares e agentes da Guarda Municipal acompanharam à distância toda a movimentação.

 

Agência Brasil

TAGS