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AFP - Cientistas insistem no Rio sobre necessidade de proteção dos oceanos

08:05 | 15/06/2012

WASHINGTON, 14 Jun 2012 (AFP) - Um grupo internacional de cientistas lançou um chamado nesta quinta-feira a favor da proteção dos oceanos dirigida aos máximos governantes do planeta, que se reúnem no Rio para falar de desenvolvimento sustentável de 20 a 22 de junho, na cúpula Rio%2b20.

"Nossa análise mostra que quase todos os compromissos adotados pelos governos para proteger os oceanos não foram cumpridos", explicou o professor Jonathan Baillie, responsável pela Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), um dos coautores do pedido, publicado na revista americana Science em 15 de junho.

Na cúpula do desenvolvimento sustentável de 2002, os chefes de Estado e de governo de 192 países concordaram em várias questões-chave com o objetivo de proteger espécies e habitats marinhos vulneráveis, assim como para gerir melhor a pesca em águas nacionais, lembram os cientistas.

"Dez anos depois não foram cumpridos nenhum dos objetivos e em alguns casos a situação piorou", explicam.

"O esgotamento das reservas de pescado ameaçam a integridade dos ecossistemas marinhos e os riscos apresentados pelas mudanças climáticas e outros fatores terão um enorme impacto nos ecossistemas já frágeis pelo excesso de pesca, a contaminação e outras atividades humanas nefastas", alertam.

"Inclusive as espécies que são observadas mais de perto, como tartarugas, tubarões e arrecifes de coral, não estão seguras."

Os problemas e políticas complicaram os esforços dos líderes mundiais no passado, pelo que os esforços futuros devem ser "mais matizados, específicos contextualmente para serem realísticos e factíveis", afirmaram os autores.

A equipe fez três recomendações: realizar uma pesca global em consonância com os recursos domésticos e as águas internacionais, redirigir subsídios prejudiciais e em seu lugar utilizar o dinheiro para financiar as tentativas de deter a pesca ilegal e colocar em andamento "um mínimo" enfoque de ecossistemas para proteger as espécies vulneráveis.

A Rio%2b20 é uma oportunidade única para os governos de mostrar de forma coletiva valentia e liderança para reverter a piora do estado dos oceanos e para empreender ações para proteger as grandes reservas de biodiversidade que restam em nosso planeta", completou Susan Lieberman, vice-diretora da equipe de política internacional do grupo de meio ambiente do centro Pew.

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