Ednaldo recorre ao STF e pede a anulação da decisão que o tirou da presidência da CBF

O mandatário passou por situação semelhante em 2023, quando também foi retirado da presidência da CBF por decisão do TJ-RJ, mas retomou o cargo um mês depois após anulação do STF

21:35 | Mai. 15, 2025

Por: Mateus Moura
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (foto: RAFAEL RIBEIRO/CBF)

Destituído da presidência da Confederação Brasileira de Futebol por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Ednaldo Rodrigues solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a ordem seja anulada. O movimento é similar ao que o mandatário fez no final de 2023, quando também foi afastado do poder pelo TJ-RJ.

A informação é do Estadão. Caso o STF não anule a decisão do desembargador Gabriel Zéfiro quanto à destituição de Ednaldo Rodrigues, o mandatário quer que se faça valer o estatuto da CBF, que prevê, em caso de saída do presidente, que o vice-presidente mais velho da entidade assuma de forma interina o cargo, que, neste caso, é Hélio Menezes.

No cenário atual, Fernando Sarney, que também ocupava a função de vice-presidente da CBF, foi nomeado interventor na decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, com a ordem de convocar novas eleições na entidade “o mais rápido possível”.

O decreto pela retirada de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF ocorreu sob a alegação de “possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido por Coronel Nunes”, conforme escreveu Gabriel Zéfiro em sua decisão.

Quem é Antônio Carlos Nunes de Lima?

O Coronel Nunes, como é conhecido, assumiu a presidência interina da CBF por dois meses em 2021, quando Rogério Caboclo foi afastado por denúncias de assédio sexual e moral. Ele era o vice-presidente mais velho da entidade e, por isso, assumiu o posto vago.

Ainda em 2021, dirigentes da entidade, de forma unânime, decidiram trocar Antônio Carlos Nunes por outro vice-presidente: Ednaldo Rodrigues, que já tinha tido experiência como presidente da Federação Baiana de Futebol. Ele, então, assumiu a presidência interina da CBF.

Em 8 de março de 2022, Ednaldo foi eleito presidente da CBF com mandato de quatro anos, até 2026, com apoio de 26 federações estaduais, 20 clubes da Série A e 19 da Série B daquela temporada. As exceções foram a Federação Alagoana de Futebol e a Ponte Preta-SP.

Em dezembro de 2023, entretanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu anular a eleição de Ednaldo, alegando irregularidades no processo, o que levou à nomeação de um interventor. O decreto foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal em janeiro de 2024, permitindo que o dirigente retornasse ao cargo.

Neste ano, a deputada Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) e Fernando Sarney (vice da CBF) alegaram ao STF que houve falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes, em acordo que manteve Ednaldo Rodrigues no poder da CBF.

O acordo, feito em janeiro de 2025, validava as assembleias da CBF realizadas em março de 2022 e encerrava litígios judiciais sobre a legalidade da eleição que definiu Ednaldo Rodrigues como presidente da entidade.

O caso de possível falsificação foi encaminhado para a Justiça do Rio de Janeiro, que decidiu, nesta quinta-feira, dia 15, pela destituição do dirigente baiano do cargo de presidente da CBF. Ednaldo nega que houve qualquer tipo de falsificação.