Homem afirma que tamanho do pênis diminuiu 3 cm após ter tido Covid-19

Um estadunidense anônimo declarou que, após ter contraído a Covid-19, seu pênis teria diminuído de tamanho; médicos associaram a diminuição a danos vasculares permanentes. Pesquisas do Brasil e internacionais apontam uma relação entre o coronavírus e a genitália

18:02 | Jan. 13, 2022

Em entrevista ao How to Do It, um podcast focado em sexualidade, estadunidense anônimo declarou que seu pênis diminuiu após quadro de Covid-19 (foto: REPRODUÇÃO/PIXABAY)

Um homem estadunidense anônimo declarou que, após ter contraído a Covid-19, seu pênis teria diminuído de tamanho. Além disso, ele teria experienciado disfunção erétil, segundo o que contou aos jornalistas Stoya e Rich Juzwiak em entrevista ao “How to Do It”, um podcast focado em sexualidade. A declaração no homem foi veiculada no episódio mais recente, publicado em 9 de janeiro.

“Sou um homem heterossexual na casa dos 30. Em julho do ano passado, contraí Covid e fiquei muito doente. Quando saí do hospital, tive alguns problemas de disfunção erétil. Esses gradualmente melhoraram com alguns cuidados médicos, mas parece que fiquei com um problema duradouro”, contou o homem. “Meu pênis encolheu. Antes de ficar doente, eu era acima da média, não enorme, mas definitivamente maior que o normal. Agora, eu perdi cerca de uma polegada e meia [três centímetros] e me tornei decididamente menor que a média”.

O entrevistado anônimo acrescentou que os médicos associaram a diminuição de sua genitália a danos vasculares permanentes. “Isso realmente não deveria importar, mas teve um impacto profundo na minha autoconfiança em minhas habilidades na cama”, finalizou ele. Também convidado do episódio, o urologista Ashley Winter explicou que a disfunção erétil pode acarretar no encurtamento do pênis.

Covid-19 pode impactar a função erétil

Complicações como dores, perda de olfato e paladar, além de problemas cardiovasculares, têm sido relatadas por pacientes após se curarem da Covid-19. Outra sequela da contaminação pode estar na saúde sexual: pesquisas do Brasil, dos Estados Unidos e da China indicam que pessoas contaminadas podem apresentar impotência sexual de longo prazo.

Realizado em março de 2021 com 81 pacientes, o estudo chinês indicou que a doença pode atacar os testículos devido à alta concentração, nestes órgãos, do receptor usado pelo vírus para invadir o corpo humano. Os testículos são o segundo local do corpo com mais enzimas ACE2, porta de entrada do coronavírus; em primeiro lugar estão os pulmões.

No Brasil, um estudo da Universidade de São Paulo (USP) corroborou os achados da China. Em um primeiro momento, necrópsias realizadas no Hospital das Clínicas da USP em pacientes que faleceram devido à Covid-19 mostraram danos nos testículos e no epidídimo (canal que leva os espermatozoides do testículo à vesícula seminal).

Devido a isso, uma equipe da universidade conduziu uma pesquisa com exames de ultrassonografia. Os testes detectaram, em pacientes contaminados por coronavírus, mas sem sintomas respiratórios, inflamações no epidídimo e uma leve queda na quantidade de espermatozoides produzida pelo corpo.

Uma das pesquisas mais recentes, realizada nos EUA, analisou os dados de mais de 3,7 mil pessoas em 56 países, coletando sintomas diversos relatados durante o período de contaminação pela Covid. Dentre estes, 14,6% de homens cisgêneros e 15,9% de pessoas não-binárias com pênis relataram disfunção erétil. Além disso, 10,9% dos homens cisgêneros e 3,2% das pessoas não-binárias relataram dor nos testículos.