Jovem com doença crônica reivindica vacinação contra Covid-19 em Fortaleza

Carolina tem espondilite anquilosante, um tipo de artrite, autoimune inflamatória crônica, e precisa utilizar um medicamento que como efeito colateral baixa sua imunidade. Ela está incluída na terceira fase da campanha de imunização e espera há um mês para ser contemplada

14:39 | Jun. 07, 2021

Carolina tem uma doença crônica e faz uso de um medicamento que baixa a sua imunidade. (foto: Arquivo Pessoal)

Fortaleza começou a vacinar nesta semana a população geral contra a Covid-19, logo após esforço da Prefeitura em concluir a imunização da quarta e última fase dos grupos prioritários. No entanto, mesmo com o avanço, a fortalezense Carolina Beatriz Gonçalves, 27, que está incluída na terceira etapa da campanha, ainda espera receber a primeira dose do imunizante. A jovem tem uma doença crônica e há pelo menos um mês aguarda ser vacinada, mas seu nome ainda não apareceu nas listas de agendamento.

Carolina fez o cadastro em março deste ano e foi incluída inicialmente na primeira etapa como profissional da saúde, uma vez que é psicóloga. No entanto, por estar afastada da área, ela mudou o cadastro e foi incluída na terceira etapa. Isso porque a jovem tem espondilite anquilosante, um tipo de artrite autoimune inflamatória crônica, e precisa utilizar um medicamento que como efeito colateral baixa a sua imunidade. Essa condição classifica o indivíduo como "imunossuprimido".

Os imunossuprimidos fazem parte de um dos grupos contemplados na terceira fase da campanha estipulada pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), que começou na Capital em maio. Quando soube que a etapa foi iniciada, Carolina suspendeu o medicamento que utilizava para evitar ficar com baixa imunidade- fator que impediria sua vacinação. Com a demora do agendamento, ela está sem utilizar o remédio há cerca de um mês. 

| LEIA MAIS | 

UFC já conta com 24 estudos para hub de hidrogênio verde no Ceará

Em Fortaleza, pessoas de 45 a 59 anos cadastradas serão agendadas para vacinação

Novo decreto: Shoppings e restaurantes podem funcionar até 22 horas com 50% da capacidade

"Isso tá me trazendo malefícios, além da questão da doença tem as dores que eu tô sentindo", desabafa a psicóloga, explicando que o medicamento é necessário para frear o avanço da doença e evitar dores. Além de estar incluída no grupo dos imunossuprimidos, Carolina também é lactante. 

Em busca de descobrir o motivo pelo qual ainda não foi contemplada com a vacina, a psicóloga afirma já ter "buscado todos os meios possíveis". Com a Prefeitura, a resposta que recebeu foi a de que aguarde ser chamada. "Já saiu da quarta fase, minha família já foi vacinada e eu não fui. Além da doença tem a questão de eu ser lactante, que também tenho prioridade", destaca a jovem.

O POVO procurou a Secretaria de Saúde do Município (SMS) para questionar sobre o motivo do atraso. Por meio de ligação, a pasta alegou que a psicóloga fez a mudança no cadastro, saindo do grupo de profissional da saúde para os imunossuprimidos quando as listas de prioridade por comorbidades já tinham sido "fechadas" para que o processo fosse aberto à população geral.

Por essa razão,  a pasta informou que a jovem teria que esperar agora para ser vacinada por idade. No entanto, o órgão de saúde não informou o motivo pelo qual a psicóloga não foi contemplada nem como profissional da saúde, uma vez que para esse grupo o processo de imunização foi iniciado ainda no inicio deste ano e, conforme alegou a secretaria, a jovem só mudou a opção prioritária recentemente.