Adultos que tomaram a vacina BCG não estão protegidos contra Covid-19, aponta estudo

Pesquisa israelense descobriu que ter tomado vacina da tuberculose durante a infância não previne infecção por novo coronavírus

10:56 | Mai. 20, 2020

Soro é produzido a partir de plasma com anticorpos (foto: Karim Sahib/AFP)

Quem recebeu a vacina BCG durante a infância não tem uma proteção maior contra a Covid-19, aponta estudo conduzido por especialistas do Centro Médico Shamir, em Israel. A conclusão foi publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) no fim de abril. As informações são da Revista Galileu.

Alguns especialistas teorizaram que a vacina BCG protegeria contra o Sars-CoV-2, isso porque a medicação é utilizada para prevenir outra doença respiratória, a tuberculose.

As crianças nascidas em Israel receberam a BCG rotineiramente como parte de um programa nacional de imunização entre 1955 e 1982, quando a cobertura da vacina foi superior a 90%. Desde 1982, entretanto, apenas imigrantes de países com alta prevalência de tuberculose foram vacinados no território israelense.

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Considerando essas informações, os cientistas compararam a taxa de infecção pelo novo coronavírus na parcela da população que foi vacinada com aquela que não foi — e nenhuma diferença significativa foi encontrada. Dos 72 mil resultados de testes para a Covid-19 analisados pela equipe, 3.064 eram de pessoas que nasceram entre 1979 e 1981 e foram vacinadas; e 2.869 nasceram entre 1983 e 1985 e, provavelmente, não receberam a BCG.

De acordo com a pesquisa, 11,7% dos vacinados com BCG e 10,4% dos não vacinados testaram positivo para o novo coronavírus. "Em conclusão, este estudo não corrobora a ideia de que a vacinação com BCG durante a infância tenha um efeito protetor contra a Covid-19 na idade adulta", escreveram os especialistas.

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