Aquecimento global põe em risco peixe mais caro do mundo; saiba qual

Aquecimento global põe em risco peixe mais caro do mundo; saiba qual

13:35 | 23/03/2025 Autor Flipar

Ver perfil do autor

Tipo Notícia

O atum, que faz parte da família dos peixes com maior valor comercial do mundo, está correndo sérios riscos por causa das mudanças climáticas. — O atum, que faz parte da família dos peixes com maior valor comercial do mundo, está correndo sérios riscos por causa das mudanças climáticas. / Crédito: Bruno - Flickr

Um deles é o atum-rabilho, utilizado em sushis e sashimis. Atualmente, é o peixe mais caro do mundo, superando significativamente outras espécies, como o atum-bonito. — Um deles é o atum-rabilho, utilizado em sushis e sashimis. Atualmente, é o peixe mais caro do mundo, superando significativamente outras espécies, como o atum-bonito. Crédito: wikimedia commons Takashi Hososhima

No entanto, a alta demanda e a pesca excessiva reduziram drasticamente a população do atum-rabilho, colocando a espécie à beira da extinção em 2010. — No entanto, a alta demanda e a pesca excessiva reduziram drasticamente a população do atum-rabilho, colocando a espécie à beira da extinção em 2010. Crédito: Youtube Canal Isaura Cardoso

Em 2019, o magnata do sushi Kiyoshi Kimura pagou US$ 3,1 milhões por um atum-rabilho de 278 kg em um leilão em Tóquio, estabelecendo o recorde do peixe mais caro da história. — Em 2019, o magnata do sushi Kiyoshi Kimura pagou US$ 3,1 milhões por um atum-rabilho de 278 kg em um leilão em Tóquio, estabelecendo o recorde do peixe mais caro da história. Crédito: reprodução

Nos últimos anos, esforços para pesca sustentável e combate à pesca ilegal resultaram em uma notável recuperação populacional, com o atum-rabilho-do-atlântico e do Pacífico saindo de categorias críticas de ameaça na lista da IUCN. — Nos últimos anos, esforços para pesca sustentável e combate à pesca ilegal resultaram em uma notável recuperação populacional, com o atum-rabilho-do-atlântico e do Pacífico saindo de categorias críticas de ameaça na lista da IUCN. Crédito: autor desconhecido / wikimedia commons

Porém, agora as mudanças climáticas agora representam uma ameaça significativa para este peixe, afetando metabolismo, reprodução e migração dos atuns. — Porém, agora as mudanças climáticas agora representam uma ameaça significativa para este peixe, afetando metabolismo, reprodução e migração dos atuns. Crédito: Humberto Chávez Unsplash

Estes peixes, que podem atingir até 3 metros e viver 40 anos, migram milhares de quilômetros para desovar e caçar, mas seus padrões migratórios estão mudando devido ao aquecimento global. — Estes peixes, que podem atingir até 3 metros e viver 40 anos, migram milhares de quilômetros para desovar e caçar, mas seus padrões migratórios estão mudando devido ao aquecimento global. Crédito: wikimedia commons Vardhanjp

Com o aquecimento dos oceanos, o atum-rabilho está migrando para águas mais frias, como o litoral de Massachusetts e a Islândia, a uma velocidade de 4 a 10 km por ano. — Com o aquecimento dos oceanos, o atum-rabilho está migrando para águas mais frias, como o litoral de Massachusetts e a Islândia, a uma velocidade de 4 a 10 km por ano. Crédito: flickr - Rickard Zerpe

No Mediterrâneo, principal local de desova, temperaturas acima de 28 °C prejudicam o metabolismo e o crescimento dos jovens atuns, forçando-os a buscar novos habitats, como o golfo de Biscaia, situado entre a costa norte da Espanha e a costa sudoeste da França. — No Mediterrâneo, principal local de desova, temperaturas acima de 28 °C prejudicam o metabolismo e o crescimento dos jovens atuns, forçando-os a buscar novos habitats, como o golfo de Biscaia, situado entre a costa norte da Espanha e a costa sudoeste da França. Crédito: flickr - Tom Bayly

Pesquisas lideradas por Clive Trueman, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, utilizam otólitos — estruturas no ouvido dos peixes — para entender como a temperatura afeta seu metabolismo e crescimento. — Pesquisas lideradas por Clive Trueman, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, utilizam otólitos — estruturas no ouvido dos peixes — para entender como a temperatura afeta seu metabolismo e crescimento. Crédito: kate estes Unsplash

Em 2024, o Mediterrâneo registrou temperaturas recordes, ultrapassando o limite crítico para o desenvolvimento do atum-rabilho. Essa mudança pode levar os atuns jovens a serem capturados em locais de pesca tradicional de outras espécies, como sardinhas e anchovas. — Em 2024, o Mediterrâneo registrou temperaturas recordes, ultrapassando o limite crítico para o desenvolvimento do atum-rabilho. Essa mudança pode levar os atuns jovens a serem capturados em locais de pesca tradicional de outras espécies, como sardinhas e anchovas. Crédito: wikimedia commons - Marine Research, CSIRO

É preciso pensar em como alterar o monitoramento ou as regulamentações de pesca para se adaptar a essa mudança de distribuição, explicou Clive Trueman. — É preciso pensar em como alterar o monitoramento ou as regulamentações de pesca para se adaptar a essa mudança de distribuição, explicou Clive Trueman. Crédito: flickr - Rickard Zerpe

Segundo o professor, a principal causa dessa mudança de rota vem do fato de que os atuns passam a maior parte do tempo nos 20 metros superiores da coluna de água, justamente onde mais aquece. — Segundo o professor, a principal causa dessa mudança de rota vem do fato de que os atuns passam a maior parte do tempo nos 20 metros superiores da coluna de água, justamente onde mais aquece. Crédito: flickr - Derek Keats

As mudanças nos padrões migratórios do atum-rabilho também afetam comunidades pesqueiras que dependem dessas espécies para sua subsistência. — As mudanças nos padrões migratórios do atum-rabilho também afetam comunidades pesqueiras que dependem dessas espécies para sua subsistência. Crédito: flickr - Derek Keats

No Mediterrâneo, muitos pescadores enfrentam dificuldades com a necessidade de navegar mais longe para capturar atuns, devido à alteração das rotas migratórias. — No Mediterrâneo, muitos pescadores enfrentam dificuldades com a necessidade de navegar mais longe para capturar atuns, devido à alteração das rotas migratórias. Crédito: Divulgação

O atum-rabilho, também chamado de bluefin, tem três espécies principais: do Atlântico, Pacífico e do Sul. — O atum-rabilho, também chamado de bluefin, tem três espécies principais: do Atlântico, Pacífico e do Sul. Crédito: freepik

O atum-rabilho-do-atlântico se alimenta nas costas da América do Norte, Europa e África, desovando no Golfo do México e no Mediterrâneo. — O atum-rabilho-do-atlântico se alimenta nas costas da América do Norte, Europa e África, desovando no Golfo do México e no Mediterrâneo. Crédito: wikimedia commons Diego Delso

O do Pacífico desova no oeste do Pacífico e migra até a Califórnia, enquanto o do Sul vive em águas temperadas perto da Austrália, desovando ao sudeste de Java, na Indonésia. — O do Pacífico desova no oeste do Pacífico e migra até a Califórnia, enquanto o do Sul vive em águas temperadas perto da Austrália, desovando ao sudeste de Java, na Indonésia. Crédito: Imagem de Rene Ambrusch por Pixabay

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Notícias

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar