Morre Brigitte Bardot: Cinco filmes que definem o legado da atriz

Morta aos 91 anos, atriz francesa marcou o cinema com personagens ousados e atuações emblemáticas

19:23 | Dez. 29, 2025

Por: Carolina Passos
Brigitte Bardot, em 1965, durante uma coletiva de imprensa do filme Viva Maria (foto: AFP)

A atriz francesa Brigitte Bardot morreu neste domingo, aos 91 anos, em sua casa no município de Saint-Tropez, no sul da França.

A informação foi confirmada por meio de comunicado oficial da Fundação Brigitte Bardot, organização dedicada ao ativismo animal criada pela própria artista nos anos 1980.

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Mais do que um símbolo de beleza, Bardot foi uma figura decisiva na transformação da imagem feminina no cinema europeu do pós-guerra.

Dona de uma carreira intensa e controversa, Brigitte Bardot protagonizou filmes que desafiaram padrões morais, redefiniram o erotismo nas telas e dialogaram com alguns dos principais movimentos cinematográficos do século 20.

Relembre abaixo alguns dos títulos mais marcantes de sua filmografia

E Deus Criou a Mulher (1956)

Dirigido por Roger Vadim, o filme que revelou Bardot ao mundo é também o mais emblemático de sua carreira. A atriz interpreta Juliette, uma jovem órfã de 18 anos que vive em Saint-Tropez e desperta desejo, fascínio e escândalo por onde passa. O longa foi considerado ousado e provocador para a época e transformou Bardot, então com 22 anos, em um símbolo sexual internacional, redefinindo a relação entre sensualidade e protagonismo feminino no cinema.

A Verdade (1960)

Sob a direção de Henri-Georges Clouzot, Bardot entrega uma de suas atuações mais densas ao viver Dominique, uma mulher julgada pelo assassinato do amante. A narrativa se constrói a partir de depoimentos e versões conflitantes, revelando aos poucos a complexidade psicológica da personagem. O filme marcou uma virada na percepção crítica sobre a atriz, frequentemente associada apenas à imagem de musa sensual.

O Desprezo (1963)

Dirigido por Jean-Luc Godard, um dos nomes centrais da Nouvelle Vague, o longa acompanha a deterioração de um casamento durante a produção de um filme inspirado na Odisseia. Bardot interpreta Camille, personagem envolta em silêncios, ressentimentos e rupturas emocionais. Considerado um clássico do cinema moderno, o filme consolidou a presença da atriz em obras de maior prestígio artístico.

Viva Maria (1965)

Nesta aventura dirigida por Louis Malle, Bardot contracena com Jeanne Moreau em uma comédia política ambientada na América Latina. As duas interpretam mulheres que se envolvem em uma revolução armada, misturando humor, crítica social e espírito libertário. O filme tornou-se um dos grandes sucessos populares da carreira da atriz.

A Boneca e o Bruto (1969)

Já no fim de sua trajetória no cinema, Bardot estrelou esta comédia romântica na qual interpreta uma jovem independente que se envolve com um homem socialmente deslocado. O filme reflete uma fase mais leve e irônica da carreira da atriz, pouco antes de sua aposentadoria definitiva das telas.