Bruna Linzmeyer celebra cinema nacional: "registro histórico"
Homenageada na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, Bruna Linzmeyer fala sobre carreira e exalta cinema nacional
10:08 | Fev. 21, 2025
De uma jovem de Corupá, interior de Santa Catarina, cujo sonho era desbravar o mundo, a homenageada da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, um dos principais festivais de audiovisual do País, Bruna Linzmeyer acumula 16 anos de carreira. Entre novelas e filmes, a atriz se mantém como um nome relevante no cenário audiovisual.
Vestida de branco com um vestido de botão que abraçava seu corpo ao mesmo tempo que expressava sua leveza, a artista chegou ao Cine Tenda para receber a honraria do evento, em 24 de janeiro. Cheia de sorrisos e com um brilho no olhar, Bruna afirmou que estava se sentindo em uma “festa de aniversário”.
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“Só que misturado um pouco com essa história profissional e é algo muito bonito poder celebrar isso. Me sinto orgulhosa e com mais vontade de seguir trabalhando, sempre fiel às minhas escolhas, ainda que esquisitas, desviantes, mas guias para esse presente”, salientou Linzmeyer, que esteve recentemente no elenco de “Baby”, filme que chegou aos cinemas também em janeiro.
Os primeiros passos de Bruna como artista foram dados ainda na adolescência, aos 16 anos, quando também trabalhava como modelo. “O que me levou a isso foi querer sair, por mais incrível que seja às vezes é muito frustrante estar longe dos grandes centros, estar longe de onde as coisas acontecem, principalmente quando era mais nova e não tinha tanto acesso a internet", relembrou a atriz que chegou a ser finalista do concurso de beleza “Garota Verão”, em 2008.
Início da carreira de Bruna
Apesar do começo precoce, a artista confessa que não cogitava em trabalhar com atuação. “Eu pensava em ser médica, veterinária, e trabalhar com o corpo com gente. Fiz o vestibular para a faculdade de Psicologia, então queria trabalhar com gente e de algum jeito é o que eu faço hoje, de um jeito mais poético, mais lúdico. Trabalhar com gente”, revela Bruna, que teve formação teatral no Centro de Formação do Ator Globe-SP.
Dois anos depois, a catarinense estreou seu primeiro trabalho na Globo, com a minissérie “Afinal, o que querem as mulheres?”, de Luiz Fernando Carvalho, em 2010. A carreira no cinema iniciou em 2013, ao lado de Rodrigo Santo em “Rio, eu te amo”, no segmento dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha.
Desde então, a atriz alternou entre os dois formatos audiovisuais, sem muita dificuldade de transitar entre ambos e com um certo apego pelo cinema nacional.
“Eu sou uma pessoa muito apaixonada pelo nosso cinema. Acredito que parte do meu trabalho nessa quantidade tão diferente de filmes que faço, é um pouco por uma pesquisa, um interesse”, destaca Bruna, que também protagonizou “Cidade; Campo”, que estreou em 2024 e está disponível na GloboPlay.
Além de contar histórias diversas, a catarinense observa o cinema como um modo de gravar a história do Brasil. “Ter a oportunidade de fazer esses filmes é construir um pouco esse registro histórico que é o cinema, que vai ficar depois que a gente vai embora”. Presenciar experiências distintas dentro da produção audiovisual é outro aspecto que desperta um afeto na artista em relação ao ofício.
“E isso me emociona, me atravessa e me instiga. Me dá muito mais vontade de fazer essas personagens, de acompanhar e testemunhar o trabalho dessas pessoas”, finaliza a atriz. Dentre a pluralidade de figuras e cenas vividas, Bruna confessa não ter uma mais marcante do que a outra, porém, admite um carinho especial por “Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Até Aqui” (2021) e pelo já citado “Cidade; Campo”.
Com 21 filmes no currículo, a atriz se prepara para estrear como diretora e roteirista. Durante a coletiva revelou que está escrevendo seu primeiro longa-metragem de ficção que leva o nome e é ambientado em sua cidade natal, Corupá. “Não posso falar muito ainda e estou descobrindo que tipo de cinema quero fazer”.