Presidente da Fundação Palmares cria "acervo da vergonha" para livros

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, anunciou a medida após ser impedido judicialmente de retirar os livros do acervo

17:21 | Ago. 04, 2021

O anúncio foi feito nas redes sociais do Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares (foto: Reprodução)

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, criou a sala “acervo da vergonha” para colocar os livros que define como “marxistas e bandidólatras”. Situação acontece após ele ter sido impedido judicialmente de excluir 300 obras do acervo.

“O Acervo da Vergonha está recebendo um tratamento VIP, como nunca houve nos trinta anos de gestões de esquerda. Trata-se de bibliografia imprestável para a Palmares. Mas somos civilizados! Não queimamos livros nem estátuas”, escreveu nas redes sociais.

“Para montar o Museu da Vergonha, na nova sede da instituição, precisarei dos livros vergonhosos e desviantes. Eles são o legado do passado sombrio da Palmares”, continua.

O Acervo da Vergonha está recebendo um tratamento VIP, como nunca houve nos trinta anos de gestões de esquerda. Trata-se de bibliografia imprestável para a Palmares. Mas somos civilizados! Não queimamos livros nem estátuas. pic.twitter.com/vwP8CWrZF8

— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) August 3, 2021

Entre os autores que se tornaram alvos da exclusão, estão Aldo Rabelo, Antonio Gramsci, Marilena Chauí, Karl Marx, Simone de Beauvoir, Lênin, Max Weber, Celso Furtado, Carlos Marighella e Marco Antônio Villa.

A ação é uma consequência do que ocorreu em junho deste ano, com a publicação do “‘Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista na Fundação Cultural Palmares (1988-2019)”.

O relatório tinha o objetivo de explicar a retirada de centenas de obras do acervo, apontando que há conteúdos “marxistas” e “militantes” que não condizem com a ideologia da instituição. A mesma ideia foi reforçada para criar a sala.

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