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Pesquisadores criam novo dispositivo invisível a campos magnéticos

09:02 | 23/03/2012
Washington, 23 Mar 2012 (AFP) - Pesquisadores europeus anunciaram nesta quinta-feira que criaram um dispositivo invisível a campos magnéticos estáticos, o que pode ter aplicações práticas na área militar e médica. Este avanço consiste na criação de campos magnéticos estáticos gerados por um imã permanente ou por uma bobina atravessada por uma corrente elétrica contínua. Estes campos eletromagnéticos já são utilizados em imagens médicas de ressonância magnética e em muitos sistemas de segurança, como os dos aeroportos. O dispositivo inventado por Fedor Gomory e por colegas da Eslováquia e da Espanha, descrito em uma pesquisa divulgada na edição desta sexta-feira da revista científica Science, fala de um cilindro com duas camadas concêntricas. Enquanto a camada interna é feita de um material supercondutor que repele os campos magnéticos, a camada externa é composta por um material ferromagnético que os atrai. Situado no campo magnético, o cilindro não o perturba e não mostra sombra, nem reflexo. Portanto, um objeto situado em seu interior não pode ser detectado magneticamente e fica insensível ao campo magnético no qual se encontra, explica à AFP o co-autor do estudo, Alvaro Sánchez, da Universidade Autônoma de Barcelona, que utiliza o termo "invisibilidade". "Há muitas aplicações, para carros, barcos ou submarinos", afirma Sánchez. Sánchez explicou que o dispositivo pode ser utilizado para pacientes com marcapasso, sensível às ondas eletromagnéticas, e que precisem de uma imagem de ressonância magnética de um joelho ou de outra parte do corpo, de forma que o resultado não seja distorcido. Como é fabricado com materiais comercialmente disponíveis e opera sob campos magnéticos relativamente fortes e temperaturas relativamente quentes, o dispositivo pode ser posto em funcionamento facilmente, explicam os autores. "Para o submarino, é possível fazer uma camada ao redor do mesmo que o converteria em indetectável magneticamente", disse Sánchez. "Também poderia ser utilizado para proteger os equipamentos (militares e médicos) contra alterações eletromagnéticas", acrescentou.

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