Anvisa alerta sobre uso de glitter plástico em comestíveis; veja cuidados
Produto virou tendência em confeitaria, mas Anvisa alerta para diferenças entre o glitter decorativo e o comestível. Confira como diferenciar
23:56 | Out. 23, 2025
De cupcakes reluzentes a drinks cintilantes, o glitter comestível virou tendência nas redes sociais e nas vitrines de confeitarias. O produto é usado para dar um toque de brilho a bolos, tortas, chocolates e bebidas.
Com o aumento da popularidade, também surgiram dúvidas: será que todo glitter usado em alimentos é realmente comestível? A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que nem sempre e que o consumo de brilhos decorativos não alimentares pode representar riscos à saúde.
Glitter comestível: nem todo brilho é igual
O glitter “comestível” verdadeiro é feito com ingredientes aprovados para o consumo humano, como corantes alimentícios, amido de milho, gelatina e mica natural: um mineral que reflete a luz e confere o efeito brilhante.
Esse tipo de produto é regulamentado pela Anvisa e deve trazer no rótulo a expressão “100% comestível” ou “food grade”.
Já o glitter apenas “decorativo” ou “não tóxico” muitas vezes vendido em lojas de festas não é destinado à ingestão. Esse tipo costuma ser feito de microplásticos, como o PP; alumínio ou polímeros sintéticos, substâncias que podem causar danos se ingeridas.
O glitter necessita da avaliação da Anvisa para ter circulação como um alimento e, então, ser colocado em bolos, cupcakes e outros doces.
Embora sejam descritos como “não tóxicos”, isso não significa que possam ser consumidos, apenas que não provocam reações na pele ou contato externo.
Glitter de plástico
O uso de glitter feito de plástico em alimentos preocupa médicos e nutricionistas. A ingestão acidental dessas partículas pode causar irritações no trato digestivo e contribuir para o acúmulo de microplásticos no organismo, problema que já vem sendo estudado por pesquisadores ao redor do mundo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nutrição, o consumo contínuo de microplásticos está relacionado a possíveis processos inflamatórios e alterações hormonais.
Além disso, como o glitter plástico não é metabolizado, ele acaba sendo eliminado pelo corpo, mas parte pode se acumular em tecidos e órgãos. O uso de plásticos é autorizado somente em alguns materiais que entram em contato com alimentos, como embalagens ou utensílios.
Em bebidas e sobremesas líquidas, o risco aumenta, já que o glitter tende a se misturar ao conteúdo e ser ingerido com facilidade. Por isso, especialistas recomendam atenção redobrada a produtos caseiros ou vendidos em feiras e eventos sem procedência clara.
Como identificar o glitter seguro
A principal forma de evitar riscos é ler atentamente o rótulo do produto. Glitters comestíveis, de fato, devem conter apenas ingredientes alimentares e indicar o número de registro da Anvisa. É importante desconfiar de produtos vendidos a granel ou em embalagens sem informações detalhadas.
Outra dica é observar a textura: o glitter comestível costuma ser mais fino e se dissolve com o calor ou em contato com líquidos, enquanto o plástico permanece sólido. Na dúvida, o ideal é optar por pós e pigmentos específicos para confeitaria, vendidos por marcas reconhecidas no mercado.
Os aditivos autorizados e as respectivas condições de uso podem ser consultados aqui
O efeito de forma segura pode ser feito com produtos como pó perolado comestível ou purpurinas alimentares naturais, que oferecem brilho semelhante e são aprovados para uso em alimentos.