Metanol em bebidas: veja 6 cuidados para evitar intoxicação

Com o aumento de casos de contaminação em bebidas alcoólicas destiladas, o Ministério da Saúde emite alertas e medidas preventivas; confira

23:36 | Out. 08, 2025

Por: Júlia Honorato
A contaminação por metanol, ao digerir uma bebida adulterada, pode causar cegueira por poder atacar o nervo óptico (foto: Reprodução/Freepik)

Os casos de intoxicação por metanol estão crescendo no Brasil. Foram registradas 17 contaminações, segundo boletim emitido pelo Ministério da Saúde na segunda-feira, 6.

Mais de 200 suspeitas foram notificadas, sendo, seis delas, do Ceará. Uma delas era Fortaleza, de acordo com o boletim da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

As suspeitas do estado cearense foram descartadas por testes que identificam a substância no corpo, nesta quarta, 8.

Por isso, organizações de saúde e governamentais, como as plataformas de municípios, emitem boletins diariamente, informando sobre a situação das contaminações e cuidados que devem ser tomados.


Intoxicação por metanol: veja 6 cuidados

A substância pode estar presente em bebidas alcoólicas destiladas clandestinas e adulteradas; veja a lista preparada pelo O POVO, com base nas recomendações do Ministério da Saúde:

  1. Evite o consumo de bebidas destiladas que tenham procedência duvidosa ou desconhecida: compre apenas em locais e de fornecedores de confiança. Sempre verifique se os fornecedores são legalizados e têm o seu sistema de distribuição seguro;
  2. Desconfie de preços muito abaixo do mercado: valores de bebidas, promocionais ou não, que sejam até 60% mais baratos que o usual podem indicar adulteração;
  3. Verifique o estado do lacre e do selo fiscal (IPI): localizado no gargalo da garrafa, o selo é obrigatório e deve estar intacto. O lacre deve estar firme e sem sinais de violação;
  4. Exija a nota fiscal da bebida após a compra: o comprovante serve para garantir que os produtos foram comercializados e distribuídos por distribuidores confiáveis;
  5. Veja a qualidade do líquido: alteração na cor, turbidez ou presença de sedimentos, além de um odor químico forte podem ser fortes indícios de falsificação. Os destilados devem ser transparentes e não apresentar um cheiro forte, dependendo de qual é a bebida;
  6. Assegure que o descarte das embalagens foi feito corretamente: as garrafas devem ser quebrada para impedir a reutilização por falsificadores antes do descarte.

“É muito importante aumentar o número de notificações de casos suspeitos. Nós já temos um guia para orientar os profissionais: como tratar e como diagnosticar. Além disso, também temos no Brasil o antídoto recomendado, o etanol farmacêutico”, acrescentou o ministro da saúde, Alexandre Padilha, em coletiva à imprensa, para a população que frequenta bares e festas, principalmente.

Entre os destilados, estão gim, vodca, cachaça, rum e uísque, por exemplo.

Intoxicação por metanol: o que fazer em caso de suspeita

Por ser um álcool usado para a fabricação de explosivos e em solventes, como produtos de limpeza, tem grandes perigos quando ingerido.

Sintomas como dor de cabeça, visão adulterada, confusão mental e náusea são os principais alertas para uma suspeita de contaminação por metanol.

Mesmo sendo similares aos de uma ressaca, devem ser suspeitados quando persistem entre 12h e 24h após o consumo da bebida adulterada.

Nesse caso, o paciente deve procurar atendimento médico o quanto antes, como o posto do SUS mais próximo, para uma investigação e tratamento adequado. Deve relatar o contexto da digestão, assim como horário, tipo de bebida e se havia rótulos no conteúdo.

O cuidado de não descartar a garrafa pode auxiliar na investigação e identificar a intoxicação.

Além do atendimento, é orientado que sejam feitas denúncias à Vigilância Sanitária local ou pelo Disque Saúde 136, canal nacional de atendimento do Ministério da Saúde, no caso do Ceará.

Em casos extremos, pode levar à óbito. No Brasil, três mortes foram confirmadas pela intoxicação.