Por que Anvisa proibiu manipulados de Ozempic, Mounjaro e Wegovy no Brasil?

Proibição de manipulados biotecnológicos e aviso sobre sintéticos de versões dos medicamentos Ozempic, Mounjaro e Wegovy são divulgados pela Anvisa

20:42 | Ago. 25, 2025

Por: Luciana Cartaxo
Manipulados de Ozempic, Mounjaro e Wegovy no Brasil: especialistas alertam que uso pode causar efeitos adversos graves (foto: FCO FONTENELE)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou um despacho nesta segunda-feira, 25, que proíbe a produção de versões manipuladas dos medicamentos Ozempic, Wegovy e Mounjaro, todos à base de semaglutida biológica, considerados de alto risco sanitário.

A regra estabelece que somente insumos biotecnológicos provenientes de fabricantes validados pela Anvisa como "Novo Nordisk" e "Eli Lill" podem ser usados para manipulação.

Já os insumos sintéticos só poderão ser manipulados se já houver medicamentos registrados no Brasil com esses princípios ativos e, até o momento, não existe nenhum medicamento à base de semaglutida sintética liberado.

Isto torna toda manipulação da substância, seja biotecnológica ou sintética, irregular e ilegal. O despacho da Anvisa também responde ao aumento da procura por medicamentos para emagrecimento no país.

Nos últimos anos, o consumo de produtos à base de semaglutida e tirzepatida cresceu de forma acelerada, impulsionado por resultados rápidos na perda de peso.

A alta demanda abriu espaço para o mercado paralelo, com a oferta de versões manipuladas em farmácias de todo o Brasil, muitas vezes sem comprovação de eficácia ou segurança.

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Ozempic, Mounjaro e Wegovy: riscos altos e fiscalização intensificada dos manipulados

Por que a Anvisa proibiu manipulados de Ozempic, Mounjaro e Wegovy no Brasil? A Anvisa justificou a medida pelo elevado risco sanitário associado à manipulação desses insumos.

O processo de produção dessas substâncias é complexo: exige controle rigoroso de identidade, pureza, potência e estabilidade, aspectos difíceis de garantir em manipulações fora do ambiente industrial autorizado.

Além disso, a agência anunciou que vai intensificar a fiscalização, exigindo testes de controle de qualidade nas importadoras responsáveis pelos insumos e cobrando que farmácias sigam as normas para preparações estéreis.

A decisão recebeu apoio da empresa Novo Nordisk, que considerou a medida como uma proteção à saúde pública e ao paciente brasileiro, oferecendo uma barreira adicional contra produtos manipulados de forma ilegítima.

Especialistas alertam que o uso dessas versões não autorizadas pode causar efeitos adversos graves, desde reações alérgicas até complicações metabólicas.

Com a proibição, a expectativa é reduzir riscos para os pacientes e, ao mesmo tempo, reforçar a importância do acompanhamento médico no tratamento da obesidade e do diabetes, condições para as quais os medicamentos originais são oficialmente indicados.