Após surto de coronavírus, imagens da Nasa mostram queda em poluição na China

Dióxido de Nitrogênio (NO²) teve drásticos índices de redução após quarentena no país asiático

11:47 | Mar. 02, 2020

Imagens mostram a concentração de NO2 sobre a China entre 1° e 20 de janeiro, antes da quarentena, e entre 10 e 25 de fevereiro, durante a quarentena (foto: NASA)

Imagens de satélite disponibilizadas pela Nasa no último domingo, 1º, mostram uma redução nos níveis de poluição na China, em especial do índice de dióxido de nitrogênio (NO²) sobre o país onde iniciou o surto do novo coronavírus.

Segundo a agência, isso se deve "pelo menos em parte" a desaceleração econômica causada pelo surto da doença. No país asiático, milhares de moradores foram colocadas em quarentena e o fluxo de pessoas na região diminuiu drasticamente. As imagens mostram a concentração de NO2 sobre a China entre 1° e 20 de janeiro, antes da quarentena, e entre 10 e 25 de fevereiro, durante a quarentena.

O NO2 é um gás nocivo emitido por veículos de transporte e fábricas industriais. Segundo cientistas da Nasa, a redução foi primeiramente observada na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto de coronavírus. 

Imagens da agência americana mostram que resíduos de dióxido de nitrogênio não retornaram após quarentena na China (Foto: NASA)

"É a primeira vez que vejo uma queda tão dramática em uma área tão ampla para um evento específico", disse Fei Liu, pesquisadora de qualidade do ar no Goddard Space Flight Center da NASA. Liu relembra de ter visto uma queda parecida do composto químico em vários países durante a recessão econômica de 2008, mas o evento foi gradual. Os cientistas da agência também observaram uma redução significativa em torno de Pequim durante as Olimpíadas de 2008, mas o efeito se concentrou, principalmente, na cidade. 

A queda do NO2 também está relacionada aos adiamentos dos eventos do Ano Novo Lunar na China e em grande parte da Ásia. A diferença é que os pesquisadores não viram uma recuperação no nível do dióxido de nitrogênio após o feriado. "Este ano, a taxa de redução é mais significativa do que nos anos anteriores e durou mais", diz Liu.