Candidatos ao cargo de defensor geral do Ceará participam de debate antes da eleição
Quatro defensores públicos concorrem ao cargo. Eleição formará lista tríplice que será enviada ao governador Elmano de Freitas
12:09 | Set. 30, 2025
A Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Ceará (Adpec) promoveu na segunda-feira, 29, um debate entre os candidatos ao cargo de defensor público-geral para o biênio 2026/2027. A eleição para formar uma lista tríplice de postulantes será realizada nesta sexta-feira, 3.
Quatro defensores públicos concorrem para compor a lista: Adriano Leitinho Campos, Elizabeth das Chagas Sousa, Sâmia Costa Farias, atual defensora pública geral do Estado, e Weimar Salazar Montoril, que não pôde participar do evento.
O debate foi dividido em quatro blocos e incluiu perguntas enviadas por defensores previamente. Os candidatos discutiram sobre temáticas relacionadas ao funcionamento do órgão e ao trabalho dos profissionais.
Questionamentos
Perguntado sobre o teto remuneratório, o defensor público Adriano Leitinho afirmou que buscará conduzir essa questão a partir da articulação política.
“Não tem outra forma. É uma coisa inevitável, nós vamos ter que buscar quebrar esse teto se a gente quiser crescer e não tem outra forma a não ser através da articulação política [...] Pretendo enfrentar essa questão com muita responsabilidade, muita articulação política, aumentando a participação nos espaços políticos no Ceará e em Brasília. Seja quem estiver na cadeira de defensor público-geral, não vai ter outra saída a não ser através desse estreitamento de laços políticos para tentar quebrar esse teto e aumentar o nosso orçamento”, avaliou.
Sobre a temática do trabalho remoto, a defensora Elizabeth Chagas avaliou que há situações em que o formato pode ser utilizado, mas pontuou que a implementação deverá ser construída a partir da escuta dos profissionais.
“Precisamos pensar em algumas circunstâncias em que não é possível. O defensor, por exemplo, em uma atividade cumulativa, vai, bate ponto e depois volta. Quatro horas para ir, quatro horas para voltar e a gente precisa tirar essa situação que não é real de fato. A gente precisa cuidar também dos defensores nas estradas. A gente precisa ter o cuidado de como a gente vai implementar. Há situações em que é possível colocar o remoto e situações em que não é possível. Então, a gente vai construir isso ouvindo todo mundo”, disse.
A saúde mental dos defensores públicos também foi ponto abordado no debate. Um mapeamento lançado pela Adpec no início deste mês apontou que 61% dos defensores públicos do Ceará relatam ter sofrido ameaças ou violência durante o exercício da função.
A atual defensora pública-geral, Sâmia Farias, destacou que o tema é uma preocupação constante do órgão e ofereceu detalhes sobre um projeto de acolhimento aos servidores.
“Muito em breve onde funciona o espaço do arquivo da Defensoria vai funcionar como o Espaço Aconchego. Vai ser uma receptiva psicossocial para o público interno, voltada para projetos, atividades e que as pessoas que necessitem tenham o acolhimento institucional. Realmente nessa visão de que a gente precisa integrar e dar maior estrutura de trabalho para os defensores”.
A eleição para a formação da lista tríplice ocorrerá no dia 3 de outubro. Ao todo, 366 defensores e defensoras públicas ativos poderão votar.
Após o pleito, os três nomes serão repassados ao governador Elmano de Freitas (PT), a quem cabe a escolha do novo defensor. Em seguida, o profissional escolhido será sabatinado na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). A indicação pode ser aprovada ou não pelos deputados estaduais.