Advogado da Rumble e Trump Media diz que argumento sobre soberania do Brasil é 'populismo'
Em entrevista ao O POVO News, Martin De Luca afirmou que critica decisão de Moraes e diz que medida afronta tratados bilaterais
19:11 | Jul. 17, 2025
Para o advogado americano da Trump Media e da Rumble, Martin De Luca, a ordem de bloqueio da conta do comentarista político Rodrigo Constantino na Rumble proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é “retaliatória”.
Em entrevista para o programa O POVO News nesta quinta-feira, 17, Martin argumentou que a ordem, enviada por email, é juridicamente inválida e foi emitida sem notificação ao governo dos EUA.
“Os argumentos são claros e simples. A ordem que o ministro encaminhou na sexta-feira é totalmente, na nossa perspectiva, retaliatória. Dois dias depois da carta do presidente Trump. Basicamente, é ilegal nos Estados Unidos, é ilegal no Brasil e é ilegal de acordo com o Tratado Bilateral Brasil-Estados Unidos para assistência legal mútua”, destacou o advogado.
Segundo o advogado, não há explicação para a ação a não ser que seja punitiva ou retaliatória. Ele considera a situação preocupante e que Moraes está agindo, inclusive, “até fora da lei brasileira”.
“Primeiro, antes da ilegalidade vamos falar de necessidade. A conta em questão está inativa desde dezembro de 2023, então por que encaminhar um mandado ou uma ordem altamente provocadora quando estamos no meio de uma situação tão tensa entre Estados Unidos e Brasil? Não tem explicação, só pode ser, na nossa perspectiva, punitório e retaliatório, ou irresponsável”, afirma Martin De Luca.
Nesta quarta-feira, 16, a Justiça Federal da Flórida, nos Estados Unidos, autorizou que as empresas Rumble e Trump Media, ligadas ao ex-presidente Donald Trump, anexem uma nova ordem judicial de Moraes à ação que movem contra o ministro do STF.
Com a autorização, as empresas apresentaram uma nova petição solicitando que a Justiça declare a ordem de Moraes "inexequível nos Estados Unidos", proibindo qualquer tentativa de executá-la em território americano e impeça que autoridades brasileiras solicitem ou promovam sua execução no país.
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Ainda sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos, que continuam passando por imbróglios diplomáticos, Martin De Luca esclarece que as motivações que levaram a super taxação de 50% sobre as exportações brasileiras vão além de "garantir a liberdade de atuação das big techs", afirmando que o foco é em "garantir a liberdade de expressão".
“A mensagem integral é a liberdade de expressão, porque todas essas medidas punitivas acontecem no Brasil especificamente sobre pontos de vista da direita”, diz o advogado. “Não temos grandes debates de quantas pessoas do PT, por exemplo, têm sido mandadas pressas ou bloqueadas, banidas por causa de censura”, acrescenta.
Ele considera o argumento de que a medida desrespeita a soberania do Brasil e a independência entre os poderes é populista. "Esse argumento é um argumento de populismo um argumento que eles testa né tem pesquisa como seria a melhor forma de responder quais argumento político Então soberania sempre sai no top do que encaixaria melhor na cabeça das pessoas, por isso que é o argumento que é utilizado", conclui Martin De Luca.