Eduardo Bolsonaro ataca Tarcísio por reunião com empresários: 'Subserviência servil as elites'

Em postagem na rede social X, o filho do ex-presidente disse que há um "regime de exceção" no país acusou o governador de São Paulo de "subserviência servil"

16:10 | Jul. 15, 2025

Por: Wilnan Custódio
Eduardo Bolsonaro/ Tarcísio de Freitas (foto: Agência Brasil/ Reprodução redes sociais)

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente reside nos Estados Unidos e articulou as tarifas com o governo Donald Trump, intensificou ataques ao governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) nesta terça-feira, 15.

Eduardo acusou Tarcísio de demonstrar uma “subserviência servil às elites”, ironizando a busca por diálogo com a embaixada americana no intuito de negociar alternativas ao impacto econômico da tarifação de 50% anunciada pelo Governo dos Estados Unidos. Na rede social X, ele afirmou que, se o governador realmente defendesse os interesses nacionais, priorizaria a anistia ao seu pai, Jair Bolsonaro, ao invés de tentar negociar condições comerciais.

“Prezado governador Tarcísio de Freitas, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, afirmou o parlamentar licenciado. O governador é hoje o bolsonarista com mandato mais relevante.

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A manifestação de Eduardo foi uma reação à reunião do governador com empresários paulistas no Palácio dos Bandeirantes. Ele já havia desagradado o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro ao se encontrar com o encarregado de negócios dos EUA, Gabriel Escobar, para buscar soluções para o setor industrial local. A iniciativa foi vista por Eduardo como tentativa de costurar acordos paralelos, sem envolvimento dele diretamente, causando a reação do líder bolsonarista.

Além de acusar Tarcísio de favorecer elites, Eduardo classificou a ação do governador como “um desrespeito comigo” e afirmou que ele deveria apoiar mais veementemente o movimento por retaliações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), como a suspensão do ministro Alexandre de Moraes por via das tarifas. Para o deputado, apenas medidas duras e simbólicas poderiam reverter o que ele chama de “regime de exceção”.

Tarcísio, por sua vez, respondeu afirmando que a prioridade dele é cuidar dos interesses de São Paulo — especialmente dos setores industriais, aeronáuticos, de máquinas, agronegócio, empreendedores e trabalhadores. Em entrevista à CNN Brasil, ele destacou que busca com seriedade diálogo com os EUA para mitigar prejuízos ao mercado paulistano.

O confronto revela fissuras na base bolsonarista. Enquanto Eduardo aposta em uma postura beligerante e alinhada com Trump, Tarcísio sinaliza por um caminho mais institucional e voltado ao pragmatismo econômico.