Ministros Camilo e Silvio quebram silêncio do governo Lula sobre ditadura

A intenção do governo é manter pacificação do Executivo com os militares

17:03 | Mar. 31, 2024

Por: Thays Maria Salles
Ministro da Educação, Camilo Santana, e ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida (foto: Aurélio Alves e Fco Fontenele)

Após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) barrar atos em memória aos 60 anos do golpe militar de 1964, os ministros da Educação, Camilo Santana, e dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, manifestaram-se nas redes sociais neste domingo, 31.

Em seu perfil no Instagram, o titular do MEC escreveu: "Lembramos e repudiamos a ditadura militar, para que ela nunca mais se repita. A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável".

Já o ministro Almeida, explicou o porquê de defender que "ditadura nunca mais". Entre as razões elencadas por ele, estão o desejo de "um país livre da tortura e do autoritarismo" e "sem milícias e grupos de extermínio".

Na publicação feita na plataforma X, antigo Twitter, o ministro dos Direitos Humanos também reafirmou o compromisso com "políticas de memória e verdade". E seguiu: "É preciso ter ódio e nojo da ditadura, como disse Ulisses Guimarães".

Ele fez referência ao discurso do então presidente da Assembleia Nacional Constituinte sobre a promulgação da Constituição de 1988, que substituiu a legislação da ditadura.

A frase de Guimarães repetida por Silvio - “ódio e nojo à ditadura” - foi parar nos assuntos mais comentados da rede social X. 

Almeida é um dos principais defensores da recriação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), que desde 1995 reconhece vítimas da ditadura e encaminha pedidos de indenização de familiares. O colegiado foi extinto no final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Orientação de Lula

Ao final de fevereiro de 2024, o presidente afirmou não querer ficar "remoendo o passado" e estar mais preocupado com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O intuito do chefe do Executivo brasileiro é evitar o acirramento dos ânimos entre a gestão petista e as Forças Armadas.

O titular dos Direitos Humanos, por exemplo, havia programado ato para esta segunda-feira, 1º. Contudo, desfez os preparativos do evento que aconteceria no Museu Nacional da República a pedido de Lula.

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