"Não é possível ter comandante do Exército que se nega a afastar quem praticou atos", diz Elmano

Segundo o governador do Ceará, a indicação do general Tomás Miguel Ribeiro Paiva segue o critério de antiguidade, sendo o primeiro na linha de sucessão

17:47 | Jan. 23, 2023

Por: Filipe Pereira
A fala do Governador ocorreu durante  a transmissão de cargo do delegado-geral da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE).  (foto: FCO FONTENELE)

O governador Elmano de Freitas (PT) defendeu, nesta segunda-feira, 23, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de demitir o ex-comandante do Exército, general Júlio César de Arruda. Em seu lugar assume o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

"Não é possível você ter um comandante do Exército que se nega a afastar quem praticou esses atos e está respondendo inclusive a investigação. Efetivamente essa pessoa está sendo investigada e respondendo a processo. O regramento que eu sei do Exército é que quem responde a processo não pode comandar batalhão", disse o governador, durante evento no Palácio da Abolição. 

A troca de comando no Exército ocorre em meio a uma crise militar no governo após os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro. Dias depois dos ataques, Lula demonstrou ter desconfiança na cúpula militar e acusou "gente das Forças Armadas" de ter sido conivente com a depredação em Brasília.

O chefe do Executivo estadual completou: "Então acho que a postura do então comandante do Exército de se negar a cumprir com o que era determinação do chefe maior das Forças Armadas, que é o Presidente da República, é fundamento para sua exoneração.

Elmano avaliou como "evidente" que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha proposto alguém "que era da sua absoluta confiança" que "comandasse um destacamento do Exército fundamental para proteção de Brasília". Segundo o petista, a indicação do general Tomás Miguel Ribeiro Paiva segue o critério de antiguidade, sendo o primeiro na linha de sucessão. 

"Aquele que assumiu é o segundo mais antigo, após o que foi afastado. O que também é uma tradição das nossas Forças Armadas. O critério é o critério de antiguidade e o ministro que foi escolhido é o mais antigo após após aposentadoria daquele que foi exonerado", destacou o governador.