Bolsonaro acusa Moraes de descumprir termos de suposto 'acordão' articulado por Temer

O acordo mencionado por Bolsonaro teria ocorrido antes da assinatura de carta após os atos antidemocráticos no 7 de setembro

15:19 | Jun. 08, 2022

Presidente Jair Bolsonaro (foto: EVARISTO SA/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de descumprir termos de um suposto acordo firmado entre ambos após os atos antidemocráticos registrados no último dia 7 de setembro, feriado da Independência, que tiveram a participação de Bolsonaro e seus apoiadores. O acordo mencionado teria o objetivo de desacelerar a escalada das tensões entre os poderes da República.

Em entrevista ao SBT News, Bolsonaro declarou que antes de assinar uma carta que indicava recuo após ofensivas de bolsonaristas contra integrantes de outros poderes, esteve reunido com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e que ambos entraram em contato com Moraes via ligação de celular para conversar sobre a situação.

“Ligamos para o Alexandre de Moraes e conversamos três vezes com ele. Combinamos certas coisas para assinar aquela carta. Ele não cumpriu nenhum dos itens que combinei. Logicamente, eu não gravei essa conversa, questão de ética, jamais faria isso. Mas digo pra você, o senhor Alexandre não cumpriu uma só das coisas que acertamos naquele momento para eu assinar a carta”, disse o presidente sem dar detalhes do que teria sido acordado.

Nesta terça-feira, 7, a coluna Radar, da Veja, informou que Temer desmentiu a alegação de Bolsonaro de um suposto acordo. O ex-presidente foi responsável pela articulação do contato entre o atual mandatário e o ministro do STF naquela ocasião.

“Não houve isso. Ficaria mal para o Alexandre, mas ficaria mal para o Bolsonaro. O que houve foi uma conversa amigável entre eles por telefone. Eu me afastei um pouco até para deixá-los à vontade. Eu não ouvi isso em momento algum. Não estava perto, não ouvi isso, mas devo dizer que ficaria mal para o Alexandre e para ele”, disse Temer, sinalizando que embora não tenha ouvido toda a conversa, garantiu que não houve acordão.