Bolsonaro diz que Petrobras "tá rachando de ganhar dinheiro" e pode jogar "Brasil no caos"

Bolsonaro falou que não fará apelo à empresa, porque fez outra vez e "quebrei a cara", conforme falou

11:27 | Jun. 17, 2022

O presidente Jair Bolsonaro (foto: EVARISTO SA/AFP)

Um dia antes de a Petrobras anunciar nova alta de preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a Petrobras e disse esperar que os preços não subissem. "A Petrobras tá rachando de ganhar dinheiro", criticou. No mesmo dia, o Conselho de Administração da Petrobras fez reunião de emergência e aprovou aumento. A gasolina aumentará 5,2% e o diesel, 14,2%.

Na manhã desta sexta-feira, 17, Bolsonaro disse nas redes sociais: "A Petrobrás pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo."

Na live, Bolsonaro disse que quer mudar o presidente da Petrobras, mas está complicado. "Não mando nada lá." E reclamou: "Tem uma burocracia enorme. Não depende de nós, depende do conselho."

E reforçou a crítica ao comando da estatal: "Quanto mais o povo está sofrendo, mais felizes estão os diretores e o atual presidente da Petrobras." Ele disse que esse lucro não interessa a ele nem à equipe econômica. "O diesel está lá em cima em função de impostos. Também em função dos preços cobrados pela Petrobras", afirmou.

Apesar disso, ele disse que não repetirá o apelo para que os preços não subam. Mês passado, ele fez isso aos gritos, mas não deu resultado. "Não vou fazer apelo para a Petrobras, fiz no passado, quebrei a cara."

Bolsonaro voltou a dizer que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tenta trocar o comando da estatal. Ele afirmou esperar que o Conselho se reúna para tomar essa decisão, ou seja, trocar o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, para facilitar assim a entrada de Caio Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, já indicado por Sachsida.

O presidente também voltou a afirmar que a política de preços da estatal, com paridade internacional, não determina reajustes automáticos. "Não precisa quando aumenta o petróleo lá fora, o Brent, e o dólar aumenta aqui, ela não precisa imediatamente reajustar seus preços. Ela tem um prazo de vários meses para reajustar. E isso aí quem diz é a decisão do conselho lá atrás, quando se criou a PPI, no início do governo Temer", declarou Bolsonaro "Para mim e a equipe econômica, não interessa o lucro da Petrobras", emendou.

"Espero que a Petrobras não queira aumentar combustíveis nesses dias que estamos negociando com Parlamento", insistiu Bolsonaro, na transmissão ao vivo nas redes sociais.

Segundo Bolsonaro, um reajuste de preços da Petrobras agora, logo após a aprovação do teto de ICMS no Congresso, teria "interesse político" para atingir o governo. "A Petrobras já foi do Brasil, atualmente é dos funcionários e minoritários", afirmou o chefe do Executivo.

Na postagem desta sexta, Bolsonaro publicou ainda: "O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais."

Com Agência Estado