Presidente da CPI do Motim diz que investigações avançaram mesmo durante o recesso do Legislativo

O deputado estadual Salmito Filho (PDT) disse que espera ouvir, em breve, os primeiros depoentes; mas que ainda irá reunir-se com o presidente da Assembleia para discutir o retorno das atividades obedecendo os protocolos de combate à Covid-19

14:51 | Fev. 02, 2022

Salmito é deputado estadual pelo PDT (Foto: Júlio Caesar / O Povo) (foto: JÚLIO CAESAR)

O deputado estadual Salmito Filho (PDT), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Motim, projetou os próximos passos do grupo que investiga suspeitas de que recursos de associações ligadas a agentes de segurança do Ceará ajudaram a financiar atos que culminaram no motim da Polícia Militar no Ceará, em fevereiro de 2020. Segundo o parlamentar, as investigações avançaram porque assessorias e parlamentares trabalharam mesmo durante o recesso.

“As investigações estão avançando muito. As assessorias dos deputados e os próprios parlamentares trabalharam intensamente. Além deles, a equipe técnica da Casa também tem trabalhado, reunindo, estudando e organizando um volume de informações que recebemos a partir de requerimentos feitos pela comissão”, disse o deputado sem dar mais detalhes sobre os avanços.

Salmito disse que espera ouvir em breve os primeiros depoentes. “Enviamos os ofícios para ouvir esses depoentes, nós os convidamos. Se alguém se recusar a vir, aí usaremos a prerrogativa de convocar. Mas num primeiro momento nem convocamos, estamos convidando para, de forma cuidadosa, conduzir a investigação”, disse.

Segundo ele, a linha de investigação continuará sendo a mesma. “Levantando informações e dados, até para assenhorar os deputados que assim desejarem as informações, para que no momento de depoimentos eles possam fazer perguntas bem fundamentadas”, pontuou, defendendo a não partidarização na condução das investigações. “Aqui é uma casa política, mas nós não vamos partidarizar a CPI e nós não estamos partidarizando os trabalhos”.

Sobre o retorno, de fato, da comissão e data da primeira sessão, o parlamentar afirmou que ainda irá reunir-se com o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), deputado Evandro Leitão (PDT), para discutir o retorno obedecendo os protocolos da AL-CE em relação à nova onda da Covid-19. “Nossa intenção é voltar agora, junto com as sessões da AL-CE, mas preciso verificar com o presidente da Casa e respeitar as decisões sanitárias”.

O deputado estadual Soldado Noelio (Pros), único membro da oposição ao grupo governista com cadeira na CPI, disse que a investigação tem intuito eleitoreiro. "A AL-CE ao invés de estar focando em investigação acerca das facções criminosas, está focando nas associações dos policiais. Numa CPI que é claramente política. Pararam a CPI durante o recesso para que ela ocorra mais perto do período eleitoral. É A CPI dos Ferreira Gomes”, criticou.

A CPI começou os trabalhos em agosto do ano passado para investigar se recursos de associações ligadas a agentes de segurança do Ceará ajudaram a financiar atos do motim de agentes de segurança em 2020. Em dezembro do ano passado, o colegiado da CPI decidiu pela prorrogação da Comissão por 120 dias.

Com informações do repórter Filipe Pereira.