Conheça a trajetória do ex-governador Geraldo Alckmin, cotado para ser vice de Lula

Alckmin iniciou a carreira política como vereador, e desde então ocupou cargo de prefeito, deputado estadual e federal, e também governador

14:57 | Dez. 22, 2021

Por: Alice Araújo
Geraldo Alckmin é vice-presidente eleito (foto: Miguel Schincariol/AFP)

O nome de Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, é um dos principais cotados para integrar chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, quem sabe, disputar as eleições de 2022, ao lado do antigo oponente, no cargo de vice-presidente. A aliança, antes pouco provável, está em negociação, após Alckmin deixar o PSDB, partido que ajudou a fundar.

Nascido em Pindamonhangaba (SP), no ano de 1952, Geraldo Alckmin foi criado pelo avô a partir dos 10 anos de idade, quando ficou órfão de mãe. Em 1972, ingressou no ensino superior, na Faculdade de Medicina de Taubaté. No mesmo ano, aos 20 anos de idade, deu início à sua carreira política, quando disputou eleição para o cargo de vereador em sua cidade natal pelo então PMDB (hoje MDB), sendo eleito e escolhido presidente da Câmara do município.

Alckmin concluiu o curso de medicina em 1976, mesmo ano em que tornou-se prefeito de Pindamonhangaba, o mais jovem eleito na cidade do Vale do Paraíba. Logo após, engatou uma pós-graduação em anestesiologia, equilibrando os deveres do Executivo municipal com os estudos. No ano de 1982, o médico e político partiu para uma candidatura a deputado estadual por São Paulo e foi eleito.

Após o fim do mandato, Alckmin elegeu-se deputado federal, em 1986. Nesse período, participou ativamente dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, que tiveram início em 1987, com o intuito de elaborar a nova Constituição brasileira, após os anos sob regime militar.

Logo em seguida, no ano de 1988, Alckmin deixou o PMDB, e junto com nomes como Mario Covas, Fernando Henrique Cardoso e José Serra, fundou o Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB.

 


No início dos anos 90, Alckmin foi reeleito deputado federal, para o mandato de 1991 a 1994. Nesse período, também foi eleito presidente estadual do PSDB de São Paulo. Enquanto parlamentar, o então tucano foi autor de projetos ligados à saúde e à previdência e integrou a Subcomissão de Saúde e Seguridade, a comissão de Ordem Social e a do Meio Ambiente.

Junto a Mario Covas compôs a chapa do PSDB para disputar o governo de São Paulo, como vice-governador, sendo eleito em 1998. Com a morte do correligionário, assumiu o Palácio dos Bandeirantes de 2001 a 2002. Cargo que voltou a disputar nas eleições do ano seguinte e para o qual foi eleito, cumprindo mandato até o ano de 2006.

Em 2006, Geraldo Alckmin deu início a sua empreitada rumo à presidência do Brasil, até hoje, sem sucesso. Naquele ano, disputou pela primeira vez o maior cargo do Executivo do país contra Lula, hoje seu possível aliado. Na disputa entre tucano e petista, que foi decidida em segundo turno, o ex-operário obteve 60,83% dos votos válidos, contra 39,17% de Alckmin, o que resultou na reeleição de Lula.

Após perder as eleições, em 2008, Alckmin enfrentou outra derrota nas urnas, dessa vez pela prefeitura de São Paulo, que teve Gilberto Kassab como vencedor do pleito. Somente em 2010, Alckmin voltou a um cargo eletivo, vencendo a disputa para governador do estado, sendo reeleito em 2014.

No PSDB, além de cofundador, o paulista também exerceu cargo de presidente nacional da sigla, eleito em 2017. Logo no ano seguinte, o político deixou o cargo de governador para disputar, mais uma vez, a presidência do país. Desta feita, o desempenho do político foi consideravelmente pior, pois mesmo sendo parte de uma aliança que agregava diversos partidos, acabou ficando em quarto lugar na disputa com 4,76%.

Em 2021, Alckmin deixou o partido que fundou, e foi filiado por mais de três décadas, e agora está se decidindo entre a disputa ao governo de São Paulo, pelo PSD, e a composição de uma chapa presidencial com Lula, pelo PSB, em 2022.